CRÍTICA: A MULHER NO JARDIM

A Mulher no Jardim de Jaime Collet-Serra (A Órfã,2009) com a premissa de uma visita estranha, na figura de uma mulher misteriosa que aparece do nada no jardim de uma família recém enlutada, a primeira vista, gera curiosidade do que se pode desenvolver daí em termos narrativos. A resposta é, bem pouco. No quase primeiro terço do filme, a curiosidade pela figura tétrica sentada no jardim sob o sol, vão se transformando em frustração, pois nada de relevante acontece ali. Mas pode-se abrigar por um tempo na dinâmica familiar fragilizada pelo luto e pela perda não só de um ente querido, como também provedor.

Danielle Deadwyler (Bagagem de Risco, 2024) que interpreta Ramona a mãe da família, consegue passar bem a angústia de sua personagem e a dificuldade de lidar com seus filhos e sua vida, com suas expressões e até mesmo nas atitudes explosivas, mas com o tempo isso também cansa um pouco por demorar a desembocar em algo. Surpreendentemente, quem de vez em quando espanta o tédio é Taylor (Peyton Jackson, Um Passo de Cada Vez, 2022) que mesmo com uma atuação simplesmente “OK”, é seu personagem que não deixa o filme se afundar totalmente no marasmo até a metade da produção.
Daí pra frente, o longa começa a ir por caminhos que alternam entre os clichês do terror e algumas incursões pouco usuais com luz e sombras, numa guinada do meio suspense, meio terror para um terror frenético, que pode ser considerado a parte menos pior, pois há alguma agitação na tela para despertar o espectador.

Não será difícil muita gente ficar confusa com o arco final, que infelizmente não explica nada e se o filme não explica nada, que ao menos ele assuste, e A Mulher no Jardim não faz nenhum dos dois. Talvez para quem assistir fique o debate sobre o desfecho, que é algo realmente para a interpretação de cada um ou até o diretor definir. Pra quem assistiu o maravilhoso Não Solte! (2024) É quase que automático fazer um paralelo entre os dois já que se trata de uma família de três, pois Ramona tem também uma menininha, Annie (Estella Kahiha, Origin, 2023) e em ambos os filmes falam de pessoas passando por dificuldades enquanto tentam sobreviver ao sobrenatural, mas qualquer outra comparação é muito difícil, pois há um abismo de qualidade e três as produções.

Os entusiastas do gênero podem assistir para aumentar sua filmografia, mas não vale muito mais que isso.
NOTA FINAL
1,5/5
★ ★
Autor: Leonardo Valério
Agradecemos a Universal pelo convite!
Compartihar:
Publicar comentário