CRÍTICA- TRON: ARES
Em 1982, a Disney lançava “Tron” filme de ação e aventura que tratava de mega corporações, videogames e realidade virtual com um visual incrível que apesar da recepção mista do público e crítica, alcançou o status de cult, gerando uma continuação em 2010 que foi recebido de maneira semelhante ao seu antecessor. Agora em 2025 o diretor Joachim Rønning (Malévola, 2019) traz Tron: Ares, que apesar de vir com algumas inovações, causa a mesma sensação dos dois anteriores, que são uma história sem muita profundidade, mas com um visual tão vivo que acaba de certa maneira compensando, principalmente se for assistido em IMAX.
Desde o primeiro frame com o símbolo da Disney em vermelho brasa muito vivo, já mostrando como será o tom impressionante no que diz respeito a experiência sensorial de cores e sons. Como pano de fundo para o deleite gráfico, temos já a velha disputa dos Dillinger, uma empresa com foco armamentista liderada por Julian (Evan Peters, Dahmer: Um Canibal Americano) um personagem tão egocêntrico, quanto maldoso em uma atuação bem dentro do que a obra deixa.

E sua mãe Elisabeth (Gillian Anderson, Arquivo x), que não tem praticamente propósito nenhum em cena até cumprir sua sina no filme. Do outro lado temos as novas caras da mega empresa de jogos e tecnologia ENCOM, Eve Kim (Greta Lee, série The Morning Show), que infelizmente devido a uma atuação apagada, aliada ao roteiro pouco incentivo, passa a sensação que a personagem está e não está ali ao mesmo tempo. Dá para entender o propósito da personagem ali, mas é difícil se conectar. Ainda bem que ela sempre está com Seth (Arturo Castro, série Narcos) ao seu lado, pois é o alívio cômico do filme.

Com seu carisma e uma ou outra piada durante o filme adiciona um pouco de tempero às cenas. No meio e atuando nessa guerra está Ares (Jared Leto, Morbius, 2022), um programa dos Dillinger que pode ser executado no mundo real, em uma atuação que não compromete Leto, justamente porque nao precisa atuar e é a partir daí que o filme mostra o seu trunfo. Todas as cenas de perseguição e ação, tem um visual iluminado futurista daquela maneira que é peculiar da franquia, mas agora potencializado pelas telas e sistemas de som IMAX . Cenas como a perseguição com as Motos de Luz, as lutas com discos, os Light Jets e até mesmo um gigantesco Reconhecedor sobrevoando a cidade no mundo real, tem tons e detalhes muito bem elaborados e atualizados, mas sem perder essência plantada lá no longincos anos 80.

Em meio a isso, acompanhamos toda a evolução de Ares, enquanto o filme mostra inspirações no consagrado Isaac Asimov, sobre máquinas ganhando consciência, no mesmo passo que do meio do filme em diante se tenha a sensação de estar assistindo um Pinocchio hig-tec com ares de Exterminador do Futuro, infelizmente sem se aprofundar muito em nenhuma dessas narrativas, mas entregando muito no quesito qualidade técnica de efeitos especiais e visual deslumbrante. Tron não se sobressai pelo seu roteiro, mas garante uma boa experiência sensorial a assistir da maneira que ele foi criado para ser assistido, em IMAX.
NOTA FINAL
3,5/5
★ ★ ★ ★
Autor: Leonardo Valério
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