Em Zé, a trama se centra na busca por liberdade dentro do contexto do regime militar brasileiro. O filme apresenta um grupo de resistência intelectual contra a opressão política, liderado por Zé (Caio Horowicz), um proeminente membro do Movimento Estudantil Brasileiro, que se refugia na clandestinidade para proteger suas ideias e resistir ao regime autoritário.
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No entanto, o longa de Rafael Conde, adaptado do livro homônimo de Samarone Lima e inspirado em fatos reais, enfrenta uma série de problemas. O filme mergulha em conflitos pessoais e faz comentários didáticos sobre a situação nacional da época, mas falha em engajar o espectador devido a uma narrativa cansativa.
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A montagem do filme é marcada por um ritmo entrecortado que não contribui significativamente para a mensagem central, transformando a história em uma série de fragmentos rasos e excessivamente expositivos, o que resulta em uma representação bastante óbvia da realidade tumultuada que busca retratar.
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Embora Conde use enquadramentos frontais e mantenha uma câmera intimista mesmo em cenas dinâmicas como perseguições, essa abordagem estética não consegue compensar a superficialidade do enredo. A falta de impacto é acentuada por uma excessiva utilização de elipses, que enfraquece a importância de cada cena e discussão.
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O filme também recorre a uma representação de mártir de maneira lúdica, sem explorar suficientemente a ambientação do regime, o que enfraquece sua argumentação.
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Em última análise, Zé se revela como uma coleção de comentários distantes em uma ambientação excessivamente restrita e íntima, sem provocar uma verdadeira reflexão sobre o Brasil ditatorial dos anos 70. O filme se restringe a uma verbalização excessiva, que não consegue convencer e não promove um debate mais profundo sobre a era em que se passa.
NOTA FINAL
2/5
★ ★
Autor: Flávio Júnior
Ficha técnica
Título: Zé
Ano de Lançamento: 2024
Classificação Indicativa: 12 anos
Duração: 2h 00m
Sinopse: José Carlos da Mata Machado, líder do Movimento Estudantil Brasileiro, participa de um grupo de resistência contra a ditadura militar no Brasil. Perseguido, deixa o conforto de uma vida burguesa para trabalhar com alfabetização e conscientização política no interior do nordeste, na clandestinidade.
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