CRÍTICA | SALAMANDRA
Inspirado na obra original La Salamandre de Jean Christiphe Rufin, filme finalmente estreia nos cinemas brasileiros de todo país após passagens pelo Festival de Veneza e a 45ª Mostra Internacional de São Paulo. O longa se passa em Recife, onde foi também rodado, além de Olinda.
Uma obra que levou em média 14 anos desde sua concepção até sua realização e estreia. Contando com uma das atrizes mais proeminentes da França, Marina Foïs e o grande brasileiro Maicon Rodrigues. Os protagonistas entram numa relação improvável que vai além do colonialismo, racismo e preconceitos.
Catherine, uma francesa que se muda para Recife, ficando hospedada na casa da irmã e o marido, sem muito interesse pelos eventos e festas que a irmã frequenta, Carherine passa o dia na praia onde conhece o jovem Gil, um rapaz nativo que a convida para ir no bar que trabalha, para tomar um drink e ouvir uma música e dançar.
Hesitante, Catherine que tem em seu olhar um ponto sempre distante de sabermos se ela está com tédio, desdém ou apatia pela nova cidade, aceita o convite e vai até Gil. Os dois começam assim uma relação bem íntima que afeta todos a sua volta.
Diretor estreante, Alex Carvalho, deu preferência quase que toda a comunicação não verbal do filme, que se passa todo falado ou francês ou português, e mesmo quando falado, são poucas palavras. O casal se comunica através de olhares, toques sorrisos.
Sempre em tons escuros, as cenas se passam a noite e tem cenas longas e poéticas no cotidiano letárgico vivido pelo casal. Sem caricaturas de personagens e sim com bastante fidelidade, Catherine se mostra uma europeia em luto que não faz parte exatamente de uma sociedade abastada.
Gil também se mantém no lugar do pobre recifense que precisa se submeter a trabalhos mal remunerados mas sem se perder em malandragem. Com boas visões de Recife, faz jus ao porque muitos gringos se debandam para o nordeste e alguns nunca voltam ao país de origem.
NOTA FINAL
3/5
★ ★ ★
Autor: Herbert de Souza
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