À convite da Universal Pictures, assistimos Robô Selvagem, novo filme da DreamWorks.
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Um robô naufraga em uma ilha desabitada e deve aprender a se adaptar ao ambiente hostil, construindo gradualmente relacionamentos com os animais da ilha e se tornando a mãe adotiva de um ganso órfão.
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O cineasta Chris Sanders sempre pareceu ter uma inclinação por histórias que celebram elos emocionais forjados em situações inusitadas, além das inúmeras formas de um indivíduo pertencer a uma família.
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De Lilo & Stitch até o primeiro Como Treinar o Seu Dragão, Sanders constrói animações que falam sobre a capacidade de conexão inerente em toda forma de vida. Olhando por esse prisma, Robô Selvagem talvez seja sua investigação mais bem-sucedida dentro desse tema.
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Baseado em um livro infantil, a animação narra a história de ROZZUM 7134, ou apenas “Roz”, um robô projetado para realizar tarefas complexas e solucionar problemas para quem quer que sejam seus donos.
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A história começa quando Roz fica presa em uma ilha inóspita devido a um naufrágio que destruiu o transporte responsável por levá-la à civilização. Após ser acidentalmente ativada, Roz começa a vagar pela ilha em busca de quem ela possa ajudar. Durante essa jornada, ela acaba adotando um ganso órfão recém-nascido, além de unir esforços com uma astuta raposa.
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As melhores animações são aquelas que funcionam tanto para os espectadores mais jovens quanto para os mais velhos em níveis diferentes. São aquelas que carregam camadas que se modificam com o passar dos anos. Mesmo com a presença constante de carismáticos animais na tela, Robô Selvagem se torna realmente atraente devido ao carinho e cuidado com que desenvolve a jornada de Roz como guardiã do jovem ganso.
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A maternidade rapidamente se torna o cerne de toda a história. Torna-se difícil para o espectador não justapor suas próprias experiências pessoais com as memórias que Roz constrói ao assumir esse inesperado papel de mãe, o que também acaba abrindo espaço para ótimos momentos de humor.
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O roteiro é elegante na construção da evolução de sua protagonista, bem como no leque de questões existenciais que surgem após cada descoberta. Projetada para ser apenas mais uma engrenagem industrial, Roz acaba se vendo como uma agente de mudança naquele ecossistema da ilha, tendo o poder de reconstruir todo o tecido social que rege a vida dos animais daquele lugar.
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Robô Selvagem traduz essa evolução também através do seu visual deslumbrante. Existe uma reflexão durante todo o filme sobre a linha tênue entre pertencer e ser assimilado. É fascinante ver como o brilho impecável e os tons de marfim que Roz ostenta no começo acabam dando espaço para uma carcaça cheia de ferrugens, arranhões e musgos nas suas fendas. Roz se torna gradativamente parte daquela ilha. Seus olhos expressivos, compostos por duas lentes enormes, ajudam a imbuí-la de uma expressividade singular e traduzem todo o senso de curiosidade dela.
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Ainda que alguns pontos narrativos acabem sendo resolvidos de forma abrupta, Robô Selvagem é uma experiência extremamente satisfatória e apaixonante. Sanders faz uma comovente celebração sobre a possibilidade de achar o seu porto seguro em lugares inesperados. Essa é uma história sobre um tipo de amor que transcende qualquer diferença, sobre os percalços e pressões que nascem quando alguém se vê responsável por outra vida. Não esqueça de levar muitos lenços antes da sessão.
NOTA FINAL
4.5/5
★ ★ ★ ★ ★
Autor: Raphael Aguiar
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