CRÍTICA; ODDITY: OBJETOS OBSCUROS
A estranheza é um mar de imaginações a ser explorado em cada rio de histórias existentes, há aquelas que se utilizam do mesmo para se voltar ao normal e aquelas que a exploram.
Em “Oddity” tudo o que é natural não parece pertencer ao seu local de origem, fazendo do estranho, o normal e o normal de estranho, em um jogo de vice-versas extremamente interessantes.
É acompanhada uma mulher que morre, é substituída por outra que na metade do longa some para somente, aí sim, a protagonista toma de fato o seu lugar, que é a irmã cega, gêmea e ocultista da primeira vítima da obra.
Já em seus aspectos iniciais, é denotado o estranho que perpassa cada elemento que tal trama há de possuir. É, assim, feito uma obra de horror que, de fato, tenta o empenhar em diversas medidas, formatos e conteúdos. Afinal, o terror é causado pelo desconhecido e improvável e o que seria melhor do que colocar o improvável como foco da história, ao a própria personagem principal não ser compreendida pelo público?
Em meio a esse, quase literal, show de mansão assustadora, ainda há espaço para construção de tensão com a veiculação de cada um dos inseridos neste enredo. A primeira morte da produção é repentina, porém já demonstra a habilidade de se conduzir tal narrativa. Uma esposa boa e simples de família morre e isso gera já um extremo choque inicial que corroi tal filme, em um bom sentido.
Há até mesmo cenas de jumpscare jogadas 1 segundo de distância da outra que causam sustos na mesma intensidade. A questão é que o longa trabalha o seu todo, ao fazer do não convencional o seu maior apoio, com um filme de mansão assombrada, assassinato, ocultismo e outros temas possíveis de terror se misturarem em somente uma produção.
O filme reconhece a estranheza e como a própria há de ser conduzida em um caminho por onde o macabro é o normal e não o oposto, fazendo de seus designs, ideias, ângulos de câmera e direção suas maiores qualidades.
Ao final, a obra acaba por ser um retrato justamente do que há de ser o gênero do horror. Um lugar por onde nada se conhece ao inicial, porém nem ao final. Em suma, “Oddity” sabe como estranhar e, com isso, cativar cada um que o assisti, fazendo de um filme que sabe onde aterrissar com seu terror mais convencional, mas que recorre a diversos elementos e não somente um.
NOTA FINAL
4,5/5
★ ★ ★ ★ ★
Autor: Lucas Leite Tinoco
Agradecemos a O2 Play pelo convite!
Compartihar:
Publicar comentário