CRÍTICA; 12.12: O DIA
Retratando fielmente um dos episódios mais perigosos da história da Coreia do Sul, o filme explora um golpe militar que desestabilizou o país, alterando sua política e sociedade de maneira que ressoa até hoje. O filme é o representante sul-coreano no Oscar 2025, competindo com obras como Ainda Estou Aqui.

A trama acontece em 1979, destacando o confronto entre o Major General Chun Doo-gwang (interpretado por Hwang Jung-min), e o Major General Lee Tae-shin (interpretado por Jung Woo-sung). Enquanto Chun deseja consolidar seu através de ações autoritárias, Lee, uma pessoa mais idealista, trabalha para seguir os procedimentos e manter a ordem política sem a intervenção das forças armadas.
Filmes baseados em fatos reais sempre enfrentam o desafio de equilibrar a narrativa com a história já ocorrida. Já nesse filme, existe um ótimo equilíbrio que consegue entregar um retrato intenso e emocional, com atuações marcantes de Jung Woo-sung, que humaniza Lee, e Hwang Jung-min, que faz de Chun uma figura desprezível e poderosa.

A direção de Kim Sung-su, baseada em suas próprias memórias da época, captura a paranoia e a incerteza do período, trazendo autenticidade e um terror constante ao filme. O diretor conseguiu trazer uma maior liberdade narrativa, sem perder o impacto histórico, assim evitando polêmicas de retratar figuras históricas de maneira leviana.
O design de produção, junto da fotografia, também são elementos é muito bem trabalhado, sendo extremamente cauteloso na escolha de cores e ambientes em que a obra como um tudo se passa.

Para quem conhece a história, o golpe liderado por Chun Doo-hwan o levou à presidência em 1980. Apesar de seu governo ter impulsionado a economia, ele foi julgado na década seguinte por seus crimes, mostrando que, mesmo após um dos piores dias da Coreia do Sul, a justiça prevaleceu.
O ‘12.12: O Dia‘ não só mostra um passado recente, mas também ecoa e assombra um presente bem atual e mesmo que por deveras seja muito diferente aos fatos recentes do Brasil (se assimilando mais com a situação da Coreia do Sul) também serve aviso sobre nossa democracia.
NOTA FINAL
5/5
★ ★ ★ ★ ★
Autor: Bruno Navarro
Agradecemos a Sato Company pelo convite.
Compartihar:
Publicar comentário