CRÍTICA: CRYPTO- A APOSTA FINAL
Crypto – A Aposta Final (Cold Wallet), do diretor americano Cutter Hodierne é um thriller criminal que acompanha uma dupla de amigos, Billy (Raúl Castillo) e Dom (Tony Cavalero), que se aliam a uma hacker, Eva (Melonie Diaz), em um plano de vingança contra Charles Hegel (Josh Brener), um milionário que roubou dinheiro de centenas de pessoas com um esquema fraudulento de criptomoedas.
Por ser uma febre recente, ainda não existem muitas representações de esquemas envolvendo criptomoedas no cinema, por isso esse filme tinha uma grande oportunidade de fazer algo interessante e inovador com um gênero ainda não muito explorado, entretanto, o roteiro de John Hibey apenas entrega uma mistura desinteressante e tediosa de ideias tiradas de outros filmes de suspense.
Nos primeiros minutos do filme somos introduzidos à realidade de Billy, o personagem principal, um pai divorciado que investiu todo seu dinheiro em uma criptomoeda chamada Tulip, acreditando que ganharia uma fortuna e finalmente poderia comprar uma casa para dividir com sua filha, Steph (Joanna Sylvie Winig), no entanto, da noite para o dia todo o dinheiro investido desaparece com a notícia de que Charles Hegel, empresário criador da Tulip, morreu. Então Billy e seu melhor amigo Dom, que também investiu todo seu dinheiro na Tulip, são convencidos pela hacker Eva de que Hegel estava na verdade vivo, escondido com todo o dinheiro em uma mansão isolada e que eles devem sequestrá-lo para forçá-lo a devolver o dinheiro dos investidores.
Um dos poucos aspectos positivos da obra é a direção de fotografia de Oliver Miller, que trabalhou anteriormente no curta de introdução do álbum After Hours, do The Weeknd. O filme passa a maior parte de sua uma hora e meia dentro da mansão de Hegel com apenas os quatro personagens principais, o problema é que esses personagens são absolutamente detestáveis, irritantes e previsíveis e o tempo que passamos dentro dessa mansão é entediante. A única performance marcante do filme inteiro vem no começo, da atriz Zoë Winters que interpreta Eileen, a ex-esposa do Billy, em uma cena curta de discussão. Fora essa cena, o filme é quase completamente apático, até chegar na violenta e caótica meia hora final, onde o filme finalmente fica interessante e até ousado.
Crypto – A Aposta Final é um filme que tenta navegar por diversos gêneros, drama familiar, suspense criminal, terror psicológico, até mesmo flerta com uma comédia natalina em alguns momentos, mas usa clichês de todos esses gêneros de forma extremamente derivativa e sem o mínimo de originalidade. Com personagens desinteressantes e uma trama majoritariamente tediosa, o filme demora demais para engatar e desperdiça o que poderia ser uma premissa original e inovadora.
NOTA FINAL
2,5/5
★ ★ ★
Autor: Youssef Hálim Rahhal
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