CRÍTICA | HOMEM COM H
A cinebiografia de Ney Matogrosso é provocativa e visita sua trajetória desde a infância até os tempos atuais, além de contar com uma excelente performance do personagem interpretado por Jesuíta Barbosa que cria momentos onde é possível perceber seu compromisso com o estudo de personagem.

Apesar da cinebiografia ser feita através de uma formula bastante conhecida e replicada, o texto estabelece conexões com momentos vividos pelo cantor e dar um destaque a sua família e a temas que apesar de serem mais debatidos atualmente, são praticados desde décadas passadas. É interessante descobrir que diversos artistas passaram por problemas semelhantes com contratos, gravadoras e empresários, algo que ainda ocorre mas aparentemente no passado era algo muito mais comum.

Mas isso é algo que ocorre no inicio da carreira mas o desenvolvimento da trama até chegar neste ponto, passa pela sua infância, seu desenvolvimento como artista e sua passagens por diversos estados brasileiros, inclusive por uma tentativa de carreira que não tem nenhum pouco haver com sua personalidade. Como dito anteriormente, a cinebiografia se utiliza de uma forma já datada em cinebiografias, algo que implica diretamente na falta de riqueza e detalhes em alguns tópicos da vida do cantor e consequentemente foca mais em outros, que no caso são sua carreira e seu modo intenso de viver.

Ainda assim, existe um balanceamento entre vida pessoa e artista, elas são moldadas, bem trabalhadas e não deixa sub tramas em aberto. O protagonista consegue mergulhar de cabeça no personagem e entregar uma performance espetacular, cheia de olhares significativos e uma voz angelical de qualidade incontestável. Contudo, seu desenvolvimento é equilibrado e mesmo contando com cenas bem realistas, consegue estabelecer uma ótima relação entre vida pessoal e artística do cantor, além de contar com aparições de artistas importantes na historia da musica nacional.
Agradecemos a Paris Filmes pelo convite!
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