Dispatch – Capítulos 1 e 2 | Entregaram humor e bom começo
Já disponível para PC e PlayStation 5, Dispatch, do estúdio AdHoc Studio, formado por veteranos da antiga Telltale Games, responsáveis por clássicos como The Wolf Among Us e Tales from the Borderlands, chegou com expectativas obviamente altas. Nos dois primeiros capítulos, que joguei no PC com uma chave cedida pela desenvolvedora, ficou claro que Dispatch tem um enorme potencial para quem aprecia narrativas interativas recheadas de escolhas e bom humor.
A proposta mistura o caos da vida de super-herói com a rotina de escritório — e o resultado é uma comédia de super-heróis que surpreende pela criatividade e pelo coração.
Sem spoilers maiores dos capítulos, Dispatch nos coloca na pele de Robert Robertson, um cara normal sem poderes especiais, que vive em uma versão alternativa da Los Angeles dos anos 1980 — um mundo onde super-heróis e super-vilões fazem parte do cotidiano. Para piorar (ou ajudar?), Robert agora gerencia uma equipe de heróis — ou melhor, ex-vilões — que não querem saber de rotina: Flambae, por exemplo, cisma em sair por conta própria e dá trabalho. E é nesse cenário que o jogo se destaca.
ᐳ Jogabilidade

Em Dispatch, a jogabilidade se divide entre três frentes. Primeiro, temos as sequências narrativas, lembrando os jogos da Telltale: diálogos com escolhas que direcionam o rumo da história. Em seguida, entram minijogos de hacking: você usa lógica e memória para desbloquear barreiras, câmeras ou abrir novos caminhos para sua equipe.
Finalmente, há o núcleo “despacho”: após selecionar uma chamada (marcada no mapa com um “!”), você avalia os requisitos, analisa as habilidades dos seus heróis e envia quem seja mais adequado, mas cuidado: herói enviado fica indisponível até cumprir a missão. E mais, suas decisões impactam tanto os resultados das chamadas quanto os relacionamentos internos da equipe.
Além disso, há um sistema de upgrades que permite evoluir seus heróis, desbloquear talentos e gerenciar a fadiga, heróis se machucam, cansam, precisam descansar, e isso exige estratégia. O humor ácido do roteiro torna cada conversa no escritório natural, mesmo nas situações mais absurdas, e o sistema de decisões se mostra fluido e orgânico. Para quem não gosta de quick-time events, há a opção de pular essas partes e focar apenas na história.
ᐳ Visual

Caramba, a animação desse jogo é bonita demais. Como se fosse uma série de TV em desenho animado interativo, com arte em cel-shaded, ambientes 3D detalhados. Visualmente, Dispatch opera como uma carta de amor à estética clássica dos super-heróis, com acenos sutis a ícones familiares — especialmente uma figura azul e amarela que dispensa apresentações. A trilha sonora, pesada em sintetizadores, dá o tom retrô-futurista de Los Angeles, construindo um mundo que parece vivido e autêntico.
ᐳ Ritmo

Os primeiros capítulos são relativamente curtos, o que torna a experiência inicial ágil, mas, por outro lado, o ritmo ainda não alcançou seu auge. A narrativa está firme, as performances são estelares, e a apresentação visual é robusta — no entanto, é visível que o motor narrativo está se aquecendo para algo maior.
ᐳ Veredito (Primeiros Capítulos)

Um começo muito promissor – Dispatch entrega uma narrativa poderosa, performances de qualidade e um mundo elegante, tudo isso com o coração que eu espero de estreia de peso. O ritmo é um pouco lento no início, mas a escrita, a direção e o humor compensam isso com folga.
Um ótimo “aquecimento” para o que está por vir. Agora é esperar que o motor narrativo entre em alta velocidade. Fique ligado no Taverna GM para continuidade da cobertura.
O terceiro e quarto capítulos chegam em:
- Episódio 3 “Rotatividade” – 29 de outubro
- Episódio 4 “Reestruturação” – 29 de outubro
Essa é uma análise dos capítulos 1 e 2.
Demais capítulos terão seus respectivos textos.
Compartihar:














Publicar comentário