Review | The Alters (PC)
The Alters review: Assim como acontece no cinema, o mundo dos games vive de expectativas, anúncios e mudanças de calendário. E mesmo com atrasos, alguns títulos conseguem se manter no radar — é o caso de The Alters, da 11 Bit Studios, que foi anunciado em 2022 e passou por todas essas fases. Três anos depois, o jogo finalmente chega às mãos do público neste 13 de junho de 2025. E olha… valeu a pena esperar.
Desenvolvido pelo mesmo estúdio responsável por This War of Mine e Frostpunk, The Alters carrega o DNA da 11 Bit Studios: decisões difíceis, temas humanos profundos e gameplay de sobrevivência com personalidade. Mas aqui, o estúdio foi além. O que temos é um jogo que parece ter sido feito com gosto, com força, e, acima de tudo, com muito carinho — da ambientação cinematográfica até as interações sensíveis entre as versões alternativas do protagonista.
Se você quer um veredito rápido: The Alters é um dos melhores jogos do ano. Ele entrega tudo o que promete e vai além, trazendo uma história envolvente com dilemas morais complexos, múltiplas possibilidades de narrativa e um gameplay que mistura exploração, sobrevivência, construção e relações interpessoais. A 11 Bit Studios acerta em cheio novamente e consolida 2025 como um dos anos mais fortes da indústria de games até agora.
ᐳ Ficção de Impacto

Em The Alters, você controla Jan Dolski, o único sobrevivente de uma expedição científica que caiu em um planeta hostil. Isolado, sua única alternativa é criar uma equipe usando uma substância misteriosa chamada Rapidium, que possibilita gerar versões alternativas de si mesmo — os “Alters” — cada uma moldada por decisões diferentes do passado.
Esses Alters não são apenas clones. Eles têm personalidade, memórias, crenças e comportamentos únicos. Uns são mais frios, outros mais empáticos. Uns são dedicados ao trabalho, outros são mais sensíveis. É nesse ponto que o jogo brilha: cada interação com seus Alters afeta diretamente a progressão da história. E como tudo isso é bem escrito, cada diálogo tem peso. Dá vontade de escutar, refletir e até tentar entender qual Jan Dolski você seria.
A 11 Bit Studios sempre foi mestre em nos colocar em situações difíceis. E The Alters não é diferente. Aqui, cada decisão — seja em um diálogo ou na distribuição de tarefas — pode gerar consequências. Um Alter descontente pode se rebelar, parar de trabalhar ou até gerar conflitos internos. Para manter tudo em equilíbrio, você vai precisar conversar, escutar, ceder e, às vezes, até jogar uma partida de beer pong para descontrair o clima.
É uma espécie de simulação social dentro de um jogo de sobrevivência, com camadas que surpreendem a cada nova mecânica. Como em This War of Mine, a ideia é que o jogador sinta o peso de suas escolhas. Mas agora, com um foco mais íntimo, mais filosófico. A pergunta que paira no ar o tempo todo é: moldamos nosso destino ou somos moldados por ele?
ᐳ Descobertas constantes

Além da narrativa envolvente, The Alters também evolui em sua jogabilidade. A exploração agora é feita em terceira pessoa, com direito a puzzles ambientais, coleta de recursos e perigos naturais do planeta. Você precisa montar estruturas, expandir sua base móvel e descobrir novas áreas — tudo com equipamentos que vão sendo melhorados com o tempo.
E a sensação de progresso é real. Cada novo posto avançado criado, cada recurso descoberto e cada conexão feita com sua base tem um gostinho de conquista verdadeira. O jogo não entrega nada de bandeja: ele quer que você se esforce e, no processo, sinta que está sobrevivendo de fato.
Graficamente, The Alters também impressiona. Os ambientes são bem detalhados, desde os terrenos rochosos do planeta até os compartimentos internos da base, que mudam com o tempo. As animações são sólidas, e os personagens têm trejeitos únicos — inclusive os diferentes Jan Dolski, que possuem até variações de voz e expressões faciais.
E é aí que se percebe o cuidado do estúdio. Não só na arte, mas nos pequenos detalhes que constroem esse universo. Desde assistir a um filme com seus Alters, até compor músicas com eles… tudo foi feito com esmero. É um jogo que respira autenticidade.
ᐳ Veredito

The Alters não é apenas mais um jogo de 2025. Ele é um marco. Uma experiência que une profundidade narrativa com inovação em gameplay, que emociona e faz pensar. Com todas as suas ideias bem amarradas, o jogo se torna um dos mais diferenciais que jogamos nos últimos anos — e certamente um dos favoritos de 2025 até agora.
Se você curte jogos que desafiam suas escolhas, que tratam a ficção científica com respeito e que fazem você refletir sobre sua própria identidade, The Alters é obrigatório. Um título feito com alma, carinho e propósito. Que venham mais jogos assim.
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