CRÍTICA: JUNTOS
O diretor estreante Michael Shanks é ousado e explora os limites do suspense e sua mescla com o body horror, mesmo que falhando em sustentar sua trama principal, consegue fazer com que seu texto ganhe algum tipo de consistência. Ganha muitos pontos por explorar algumas ideias legais sobre identidade, compromisso, maturidade e casamento e momentos em que a comédia funciona de forma orgânica e um terror corporal que remete “A Substância“, por ser estranho e ao mesmo tempo transparecer que os efeitos gráficos estão inacabados.

É uma pena que tenha o texto tão fraco que tente ganhar fôlego pelo choque e atalhos que não levam a trama para um desenvolvimento interessante, tampouco focada em seus personagens. Sua ousadia e suas ideias mirabolante sobre a visão de relacionamento e dependência são ineficazes seja pelos diálogos datados ou por cenas com jump-scares previsíveis. Talvez a escolha de estrear com um body horror não tenha sido totalmente acertada mas a forma com que algumas cenas de tensão não são bem trabalhadas e exploradas por falta de coragem, porém em outras isso é demonstrado com facilidade pelos personagens.

As atuações são consistentes e entregam o que é proposto na trama mirabolante. Dave Franco está insano e provavelmente se fosse outro ator interpretando esse personagem cheio de turbulências não entregaria uma atuação tão única como ele faz. Poderíamos ter passado mais tempo conhecendo a personagem de Alison Brie, ela é um pouco bidimensional, e sua metáfora desmorona nos últimos minutos, mas ainda assim é ambiciosa o suficiente no caminho para valer a pena a jornada.
NOTA FINAL
2/5
★ ★
Autor: Weslley Lopes
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