Em A ÚLTIMA INVOCAÇÃO, longa baseado em um premiado livro japonês, fica bem difícil você levar um filme de “terror” a sério, que além de não dar um único susto na produção inteira, não consegue criar uma mínima atmosfera de tensão. Com momentos risíveis, as vezes por cenas que parecem que realmente foram feitas para fazer rir, outras vezes, por um misto de vergonha alheia com a incredulidade da “tosqueira” que está se passando na tela. Ao ler o nome de Hideo Nakata (O Chamado, 1998) assinando a direção, obviamente para quem assistiu ao clássico RINGU, vem uma certa expectativa de um filme que dará medo e tensão.
Decepção total, ao ver que após as cenas iniciais que dão base a trama, ficamos relegados a uma total falta de explicação por boa parte do filme, que poderia ser ignorada se houvesse cenas aterrorizantes ou tensas. Ao invés disso, ficamos com tentativas de sustinhos altamente previsíveis e enjoativas cenas repetitivas, muitas delas protagonizadas por Hiroko Kurasawa (Kanna Hashimoto), com o seu telefone que depois da quarta ligação sobrenatural, passa a ser irritante, até porquê a estrela nipônica da vez só tem duas expressões.
Aliás o elenco como um todo não soma em nada. Daiki Shigeoka integrante da Boy Band, Johnny’s West que interpreta Naoto Ihara entrega menos que o “feijão com arroz” da atuação durante quase todo o filme, mas ao final, abraça a canastrice com força e o que se vê na tela é uma atuação de centavos, que perde para muitos tokusatsus dos anos 80. Aliás, esse nível de atuação é tão homogêneo entre elenco principal e de apoio que até parece proposital. Vou livrar a cara do jovem Haruto (Minato Shogaki), pois o filme é tão ruim, que o nível de atuação infantil dele está entregando mais que o elenco inteiro.
Sobre história em si, podemos resumir como um fantasma tóxico que persegue quem ousa se aproximar do marido vivo, com um pequeno “plot” até interessante nas explicações finais, mas que não salvam todas as cenas de “perseguição do monstro” que enche a cartela do bingo dos clichês, desde as quedas até o susto final. Falando em final, a pá de cal, fica por conta daquele tipo de encerramento, que insinua que a história não acabou, coisa que já era batida no auge dos filmes de terror, 40 anos atrás.
NOTA FINAL
1/5
★
Autor: Leonardo Valério
Agradecemos a Sato Company pelo convite.