CRÍTICA: DRÁCULA- UMA HISTÓRIA DE AMOR ETERNO
Drácula: Uma História de Amor Eterno usa da liberdade criativa que se pode ter com uma obra de 128 anos, como é o caso do livro de Bram Stoker, para criar algo novo. Mas o diretor Luc Besson (Lucy, 2014) se distanciou tanto do original e distorceu tanto alguns personagens deixando-os a além da reconhecibilidade, que a sensação que se tem em alguns momentos do longa é que o nome “Drácula” é mais para chamar a atenção do público.
Um bom exemplo é onde se passa o segundo ato do filme. No texto original e nas posteriores adaptações se passam na Inglaterra, aqui já mudamos para a França. As mudanças não são um total demérito, pois o filme até funciona como história romântica. Apesar de fazer o “check list” quase que completo de história de amor perdido, a parte mais interessante é a que mostra a grande perda que causa a danação de Vlad II. O príncipe do título é interpretado por Caleb Landry Jones (Corra! 2017), que conseguiu ser caricato e passar emoção ao mesmo tempo, nas cenas de origem e nas cenas posteriores a sua chegada a França.

Com a maquiagem pesada e o penteado ridículo que parece ser obrigatório quando o personagem está em sua fase envelhecida, ele se sai como o velho Conde mais afetado até hoje, chega a ser risível. E essas são as partes mais questionáveis de todo o filme, além de serem as que se tem maior dificuldade de engolir a pior versão de Jonathan Harker (Ewens Abid, Tuesday: O Último Abraço, 2023) que já se viu. Começa obtuso e termina praticamente sem lugar. Toda a carga do personagem original foi subtraída, mas nada foi acrescentado. Zoe Bleu (Sinais de Amor, 2022) que interpreta tanto a princesa Elisabeta, esposa de Drácula, quanto Mina, noiva de Jonathan, passa de maneira satisfatória as diferentes nuances de cada personagem. Ora como uma princesa com a passionalidade e lascívia a altura do Conde, ora como sua “reencarnação” recatada e contida, noiva de um advogado.

E para melhorar qualquer produção, temos a presença do vencedor de dois Oscars Christoph Waltz (Bastardos Inglórios, 2009), interpretando uma espécie de Van Helsing de batina e colar clerical. Que apesar das mudanças no personagem que ensina a caçar vampiros, a essência continua e acaba sendo um dos personagens mais interessantes. Com todos esses personagens, fica difícil se manter só nas cenas de perseguição e conquista. Para concluir o longa temos uma boa dose de perseguição para destruir, onde o filme se enche de cenas de ação e de aventura, porém passa longe do terror, as vezes atinge o nível “terrir”, mas jamais assusta.
NOTA FINAL
3/5
★ ★ ★
Autor: Leonardo Valério
Agradecemos a Paris Filmes pelo convite.
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