“Drop: Ameaça Anônima” cumpre bem o seu papel quando pensamos em um suspense que prende a atenção e mantém a curiosidade até o momento da revelação — ainda que entregue pouquíssimas pistas sobre o real motivo dos acontecimentos. O diretor Christopher Landon (da franquia Atividade Paranormal) basicamente desenvolve toda a trama em um único ambiente, onde qualquer um dos personagens pode — ou podem — ser o vilão.
Um ponto interessante é que o filme, em quase sua totalidade, se passa em tempo real. Não há “dia seguinte”, nem “algumas horas depois” — é literalmente uma cena após a outra, num fluxo contínuo de acontecimentos, o que torna tudo bem imersivo.

Outro acerto está nas representações visuais que dialogam com o nosso estilo de vida hiperconectado. Isso é bem traduzido graficamente por meio de balões de diálogos na tela ou tarjas de vídeo projetadas nas paredes — ponto positivo.
Meghann Fahy (The White Lotus), que interpreta Violet, carrega um trauma emocional do passado que a conecta fortemente com o presente da história. Aliás, esse é mais um dos “pontos cegos” do filme: a dificuldade em julgarmos suas decisões, já que nunca estivemos em sua pele. A cena inicial, aliás, se conecta ao desfecho e ajuda a justificar as atitudes da personagem.
Brandon Sklenar (É Assim que Acaba) dá vida ao charmoso Henry, personagem cuja paciência é quase tão infinita quanto sua beleza. Há camadas a serem desvendadas nele que contribuem para a trama, embora seja preciso admitir: sua paciência é monástica em um nível altamente ficcional.
Fora esse detalhe, a curiosidade se sustenta bem — afinal, quem está por trás de tudo? Em qual mesa está o algoz? Como e quando será descoberto o verdadeiro inimigo? O longa, por mais de dois terços, instiga o espectador a montar essas peças — ou ao menos tentar.
Um dos poucos pontos baixos é que, como boa parte do filme se desenrola em tempo real, o final acaba deixando a passagem de tempo um tanto confusa. Ainda assim, é um filme que vale a conferida.
NOTA FINAL
4/5
★ ★ ★ ★
Autor: Leonardo Valério
Agradecemos a Universal Pictures pelo convite.
Confira outras críticas:
- CRÍTICA | Devil May Cry (Netflix)
- CRÍTICA: SERRA DAS ALMAS
- CRÍTICA; LOONEY TUNES: O DIA QUE A TERRA EXPLODIU
Compartihar: