Duna: A Profecia chega à Max com a ambição de expandir o universo de Frank Herbert, explorando eventos que ocorrem 10 mil anos antes de Duna. O primeiro episódio, A Mão Oculta, tenta mergulhar os espectadores nesse universo complexo e repleto de mitologia, mas acaba tendo dificuldades em manter a atenção.
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A introdução de vários termos e conceitos, embora necessária para estabelecer o cenário, pode ser um desafio para quem não está familiarizado com a obra, resultando em uma estreia que, embora cheia de potencial, promete mais do que entrega. A exposição inicial, com sua densidade de informações, prepara o terreno para os eventos futuros, mas pode acabar sobrecarregando quem busca uma entrada mais fluída no universo de Duna.
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● Crítica | Duna: Parte 2 – Desolador e Cativante
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O episódio abre com uma introdução longa, revisitando os efeitos da guerra contra as inteligências artificiais e estabelecendo as bases políticas que moldam o cenário atual. Mesmo após a introdução, grande parte do episódio se envolve diálogos explicativos, deixando a impressão de que muito tempo é gasto só preparando o terreno.
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Na real trama, Valya Harkonnen (Emily Watson) e sua irmã Tula (Olivia Williams) buscam recuperar o prestígio da Casa Harkonnen. Enquanto isso, o imperador Javicco Corrino (Mark Strong) enfrenta problemas políticos, como por exemplo, o casamento arranjado de sua filha, Princesa Ynez (Sarah-Sofie Boussnina), com um jovem herdeiro de nove anos. Esse casamento, arquitetado pela Irmandade, carrega interesses ocultos de ambos os lados.
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Apesar das performances competentes do elenco, os personagens ainda lutam para se destacar na tela. Valya e Tula Harkonnen, por exemplo, têm pouco espaço para explorar suas personalidades, embora as duas já tenha suas formas já demonstradas: Valya sendo fria e calculista, enquanto Tula demonstra uma abordagem mais materna. A interação entre as duas sugere um potencial dramático que, se bem explorado, pode ser um ponto alto da série.
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O episódio apresenta momentos enigmático, como a manipulação política de Valya e o assassinato do jovem Richese por Desmond Hart (Travis Fimmel), um personagem sendo, até um momento, um grande mistério.
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Visualmente, Duna: A Profecia não consegue atingir o mesmo impacto estético dos filmes de Denis Villeneuve, algo que não seria dúvida pra ninguém. A série torna ainda mais evidente a ausência de figuras como Hans Zimmer para trilha sonora, cuja a participação elevaram as adaptações recentes de Villueneve.
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Com um pouco mais de uma hora de duração, o episódio estabelece as bases de um universo repleto de intrigas políticas e jogos de poder, mas o ritmo desigual e a densidade narrativa prejudicam a primeira experiência. Alguns acontecimentos, como o romance de Ynez com Keiran Atreides (Chris Mason), são abordadas de forma superficial. Há também alguns personagens com um pequeno potencial, como as jovens aprendizes da Irmandade, que, no começo, não teve seu momento.
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Em sua estreia, Duna: A Profecia oferece um prelúdio promissor em conceito, mas ainda carece de momentos memoráveis que justifiquem sua ambição épica.
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Wesley Aguiar
Redator, cinéfilo de bom gosto e muito fã do Dennis Villeuneve. Sou aquele que se encantou assistindo Duna e foi louco o suficiente para platinar Cuphead.