‘INFESTAÇÃO‘, poderia seguramente ser uma figurinha fácil no antigo CINE TRASH da Band, apresentado por José Mojica Marins, o saudoso Zé do Caixão, lá nos anos 90. Um filme que parece ter se apoiado completamente no asco do ser humano, que é gerado pelo instinto de sobrevivência ao ver animais asquerosos e/ou peçonhentos.
Problema que o protagonista Kaleb (Théo Christine) não tem. Fascinado por insetos e aracnídeos, não pensa duas vezes em adquirir um espécime de aranha desconhecida e de procedência duvidosa e com isso acaba transformando o prédio precário onde vivem ele e mais duzentas famílias em um verdadeiro pandemônio. O filme literalmente não está nem aí para lhe dar um arremedo de explicação ou trama. Nem na origem da tal aranha, como ela se reproduz tão rápido, ou como os filhotes se desenvolvem com tanta velocidade.
Uma frase de duas linhas dita por Jordy (Finnegan Oldfield) supostamente seria o suficiente para explicar porque as aranhas vão de um tamanho menor que uma caranguejeira, para quase o tamanho de um carro pequeno. Suspender o senso critico, não é uma opção e mesmo assim não funciona. Se ao menos fosse uma aranha de um lugar mágico ou um “Cemitério Indígena”, poderíamos assumir que qualquer coisa que não tivesse um fiapo de explicação lógica, encontraria motivos no místico. Mesmo assim, quem sente calafrios com esse tipo de criatura, vai sentir um certo impacto.
O tipo de locação ser um edifício, praticamente caindo aos pedaços, beneficiam cenas com corredores exíguos, precariamente iluminados e que ao longo do filme, que se passa em uns dois dias, vão ficando lotados de teias e aranhas cada vez maiores. Recomendo deixar o cérebro em ponto morto, para focar nas cenas com enquadramentos rotativos e tentar contar quantos tamanhos diferentes de aranhas você vai assistir ao longo do filme.
Não tente entender a causa das autoridades não evacuaram o edifício. E nem espere uma explicação ao final, de onde vem as aranhas e como nunca se soube delas. As diferenças apresentadas pelos personagens, principalmente do protagonista com sua irmã, Manon (Lisa Nyarko) também ficarão pelo caminho. No filme realmente só há as aranhas e mesmo assim, não são o suficiente.
NOTA FINAL
2/5
★ ★
Autor: Leonardo Valério
O filme estreia nesta quinta-feira (10) nos cinemas. Agradecemos a Paris Filmes pelo convite!