CRÍTICA: PINGUIM – Temporada 1

Na série PINGUIM tudo foi tão cuidadosamente articulado ao contar uma história de vilão bem pé no chão, lembrando muito as melhores produção sobre máfia já feitas.

Um dos acertos é o enredo que não tenta em nenhum momento humanizar excessivamente Oswald (Colin Farrell, Magnatas de o Crime) para dar um motivo de sua maldade, ele é mau e isso o norteia. Tem seus momentos de bondade, mas esses estão apoiados no egoísmo de sua maldade. Sofia Falcone (Cristin Milioti, How I Meet Your Mother) não era má, mas se tornou e isso dita quem ela é agora. Vic (Rhenzy Feliz, Encanto) não é um santo, mas não é um monstro e suas escolhas são o que moldarão seu personagem ao longo da série.

Os personagens não são “adoçados” para o espectador. Outro acerto são as atuações, principalmente de Farrell, que mesmo com a maquiagem pesada, não fica só nos trejeitos e na voz, realmente consegue entregar expressões faciais diversas e em alguns momentos o olhar do personagem entrega a emoção toda da cena. Vic, como um “sidekick” do crime, vai entrando gradativamente no mundo do crime, tomando até a frente em alguns momentos de maneira bastante crível.

Mas a maior transformação é performada por Milioti e sua Sofia. No começo da série, com suas roupas bem fechadas, cabelos longos e comportados e maquiagem sóbria, vão dando lugar a cada vez mais extravagância e pele a mostra, conforme a personagem vai desabrochando, como se o exterior fosse um reflexo de sua revolução interior.

Aliás muitos dos personagens tem características bem parecidas com abordagens diferentes, o roteiro nos dizendo que são antagônicos nas intenções, porém suas essências são bem parecidas. Destaque também para Francis Cobb (Deirdre O’Connell), a mãe do protagonista e motivação para Oswald fazer boa parte de suas escolhas terríveis.

‘Pinguim‘, vivendo no violento submundo de Gotham, parece estar sempre dois passos a frente de qualquer tipo de situação e isso se deve a sua falta de escrúpulos. A satisfação que se sente ao ver como ele se desvencilha de situações só é equiparada com o choque de testemunhar o quão baixo ele pode chegar para conseguir isso.

Toda a série é em uma curva ascendente de qualidade um episódio após o outro, e se você chegou ao final com raiva de Oswald Cobb e com um nó no estômago, não se preocupe. O objetivo era esse e foi alcançado com sucesso.

NOTA FINAL

5/5

★ ★ ★ ★ ★

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Autor: Leonardo Valério

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Todos os episódios de ‘PINGUIM‘ já estão disponíveis na MAX.