CRÍTICA: ROSARIO
Rosario, interpretada por Emeraude Toubia, é uma executiva bem-sucedida de Wall Street que retorna ao antigo apartamento de sua avó, após receber a notícia de sua morte repentina. Enquanto aguarda a ambulância, uma nevasca a obriga a passar a noite ali, acompanhada de um vizinho esquisito (interpretado por David Dastmalchian) e um clima de isolamento estranho.
Durante essa noite angustiante, Rosario percebe a presença de uma força maligna ligada a uma maldição ancestral e no decorrer da trama ela descobre que sua vó tinha segredos mais obscuros do que ela poderia imaginar.
A temática cultural e simbólica do roteirista Alan Trezza, traz à tona elementos e traços da experiência migratória latina, criando um medo que vai além dos sustos – envolvendo identidade, sacrifícios e perdas culturais. A atmosfera e produção, junto com uma combinação da fotografia sombria e a ambientação sóbria filmada, conferem um terror psicológico carregado de tensões em alguns momentos. Além da presença visual dos símbolos ocultistas naquele espaço, que intensifica a sensação de claustrofobia e de mistério .
Apesar da familiaridade com o gênero e do fundo cultural, a história ainda segue fórmulas conhecidas de possessão e horror sobrenatural, se tornando muito previsível em alguns momentos, pois o filme fica preso em problemas típicos do gênero, demonstrando a fragilidade do roteiro e da execução.
“Rosario” traz um terror atmosférico enraizado em cultura e legado familiar, com sua ambientação sombria e essa exploração “simbólica” do medo, que se tornam interessante para fãs do gênero que valorizam profundidade temática. Por outro lado, sua narrativa não se distancia o bastante dos clichês de possessão, o que pode frustrar quem busca inovação aqui.
Um filme que flerta com uma ambientação pesada e significados latinos, mas que, apesar de promissor, se apoia em convenções conhecidas, limitando sua originalidade, embora continue a ser recompensador para quem busca uma experiência de terror simbólica culturalmente mas também igual ao que já se viu antes.
NOTA FINAL
3,5/5
★ ★ ★ ★
Autor: Enzo Antonio
Compartihar:
Publicar comentário