O novo filme produzido pela A24, Se Eu Tivesse Pernas, Eu Te Chutaria, é estrelado por Rose Byrne, e se trata de um mergulho no desgaste mental de uma mãe solitária com uma filha PCD, a obra prometia prometia muito, mas se perde drasticamente nas próprias ideias.

Além de Byrne fazendo a personagem Linda, o longa também conta com muitas surpresas como o grande comediante Conan O’Brien, Asap Rocky e Christian Slater, porém essas adições ao filme da A24 não são muito proveitosas para a trama.
Especialmente o estreante em papéis dramáticos, O’Brien que tem uma atuação no máximo morna, dando para se dizer que até meio perdido durante muitos momentos, sendo de fato um coadjuvante de luxo.
Algo bem semelhante acontece com seu colega, Asap Rocky, que tem um papel bem indefinido, com momentos que oscilam entre um possível romance, uma amizade, ou o que a personagem realmente precisa em muitos momentos, alguém para conversar.
A ironia da falta de diálogo da personagem Linda está em sua profissão de psicóloga, o emprego inclusive é bem deturpado em muitos momentos, onde os personagens agem com muita falta de profissionalismo.
Seja a própria personagem se insinuando para seu psicólogo, ou um de um dos seus pacientes que tem claramente algum tipo de obsessão romântica, da qual ela trata com normalidade, é deixado de lado pela trama, além da dinâmica extremamente problemática de colegas de profissão com o personagem de Conan.
Em Se Eu Tivesse Pernas, Eu Te Chutaria, essas tramas abandonadas são muito abundantes, existe um breve mistério do desaparecimento de uma personagem, uma determinada meta que a filha precisa alcançar, que é simplesmente deixada de lado de repente sem nenhuma consequência.
Fora que após o personagem de Christian Slater aparecer todo o drama que ela estava passando perde todo o peso, pois ele resolve tudo de maneira rápida e simples como se eles tivesse algum tipo de habilidade especial.
Onde tudo o que passamos nessa experiência agoniante junto com a personagem de Rose Byrne, parece sem sentido, vale ressaltar que a obra toda é muito claustrofóbica, com câmeras extremamente próximas do rosto da atriz, para enfatizar o seu sofrimento e incômodo diário.
Um toque interessante é que a filha nunca mostra o rosto, como se para a mãe ela não existisse como pessoa, e a obra nunca santifica ou transforma a protagonista numa heroína, pelo contrário, à mostra sendo irresponsável, tendo falas muito problemáticas, e que podem até insultar de certa forma aqueles que têm uma condição semelhante, de ter um filho ou filha com alguma deficiência.
E isso só muda quando a filha passa pela solução mágica que acontece inesperadamente, após o pai aparecer, personagem de Slater, que está presente desde o início do filme, mas até o terceiro ato está presente apenas na voz, através de ligações de telefone.
O terceiro ato não podia ser mais frustrante, pois tirando as soluções inesperadas, nada de fato acontece, é como se a história que estávamos acompanhando fosse interrompida repentinamente.
NOTA FINAL
2/5
★ ★
Autor: Gabriel Buoso
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