CRÍTICA: SONIC 3
A continuação da épica saga do ouriço azul traz um novo inimigo que Sonic, agora acompanhado de Tails e Knuckles, deve enfrentar: Shadow, um ouriço solitário que busca vingança contra aqueles que o fizeram mal no passado. Agora, o grupo deve unir forças com seu antigo inimigo, Dr Robotnik, enquanto lidam com a presença do novo ouriço e do repentino aparecimento do avô de Eggman, Gerald Robotnik!
Após assistir 2 filmes do ouriço azul, o público pode já estar acostumado com o nível equilibrado entre cenas de ação, cenas de comédia e cena com humanos. Se Sonic 3 seguisse essa mesma linha, provavelmente teríamos um filme bem mais monótono, se igualando ao seu antecessor em qualidade. Porém, Sonic 3 acerta precisamente no desequilíbrio que a franquia precisava: mais ação e menos humanos. A presença de Shadow em tela em conjunto com a nova dinâmica do grupo de Sonic faz com que a adrenalina tome conta de grande parte da tela, com sequências de ação eletrizantes que com certeza vão te deixar em fôlego.
Apesar do desequilíbrio que vem para o bem, ainda temos os momentos mais focados na comédia, e como eles se saem aqui? Bem… se saem perfeitamente equilibrados! Um pouco confuso de entender, mas vejam bem: a comédia nos filmes da franquia Sonic sempre foi bem dividida entre um tipo de humor mais infantil, feito para agradar as crianças que vão ver o filme e saem de lá querendo comprar um boneco do ouriço em algum fast food, e o tipo de humor mais sarcástico, com piadas levemente ácidas, mas que principalmente brincam com os personagens ao longo da trama envolvida do filme.
Em Sonic 3, a franquia alcançou o equilíbrio perfeito entre os momentos de piadas infantis e piadas sarcásticas, assim podendo conquistar igualmente o coração das crianças, adolescentes e adultos que verão o filme.
Agora sobre o último aspecto dos momentos da franquia, temos os famigerados (e muitas vezes odiados) momentos dos humanos, onde a trama fantasiosa é interrompida ou arrastada para focar em um drama das pessoas reais que se relacionam com Sonic e seus amigos. É fato afirmar que houve uma diminuição drástica no tempo de tela desses momentos, possibilitando que o filme focasse mais em aspectos já discutidos aqui, mas infelizmente nem tudo são flores.
Os momentos que acabam por focar nas pessoas reais, principalmente em relação a organização G.U.N, se provam como o maior defeito do filme. Em todo momento que a organização aparece, temos a sensação de que algo importante está sendo criado e apresentado para nós, mas não é isso que acontece no fim. Todo o foco, diálogos misteriosos e apresentação de conceitos vindos desse núcleo são totalmente esquecíveis e até irrelevantes, visto que o que realmente leva a trama do filme para a frente são Shadow e Gerald Robotnik. Sorte que em contrapartida, as cenas que mostram da família do Sonic em seu cotidiano são muito mais interessantes, e trazem um real impacto ao decorrer do filme.
Focando agora no astro do filme: Shadow o Ouriço. Sua história de origem é levemente modificada em comparação com o material original dos jogos, mas nada que afete a trama em si, pois o que realmente importa é a sua relação com Maria, a neta de Gerald. Poucas mídias na história de Sonic conseguiram transmitir tão bem a relação de amizade entre o ouriço e a humana, e o quão grande são os ensinamentos que Shadow aprende com ela. Não é exagero dizer que Sonic 3 tem a melhor versão da amizade entre eles, apesar de infelizmente não ter o tempo de tela ideal e não ter um final tão impactante quanto nos jogos, e isso se deve a outro personagem já muito mencionado aqui.
Gerald Robotnik é um caso curioso e complicado de se analisar em Sonic 3, pois enquanto ele é uma ótima adição a trama, seguindo pontos chaves da história do jogo original e com diversos momentos divertidos que vão fazer a sala de cinema vibrar com tantas risadas graças a incrível atuação de Jim Carrey, ele também é responsável por algumas partes bem tediantes do filme, como sua motivação, sua relação perturbada com a G.U.N e Shadow.
E é claro que se tratando de um filme que adapta um jogo, temos fatores cruciais a serem debatidos: as referências. Como um grande fã da franquia, digo tranquilamente que Sonic 3 é o ápice no que diz respeito a uma adaptação de jogo, seguindo muito bem a história de Sonic Adventure 2, lançado originalmente para o Dreamcast. A essência da clássica aventura 3d está estampada no filme, seja com referências visuais, planos de câmera icônicos, poses dos personagens ou até na eterna trilha sonora feita pela banda Crush 40. Músicas clássicas como “Live And Learn” e “Escape From The City” estão presentes no filme em momentos chave para arrepiar os verdadeiros fãs dos pés à cabeça.
Para encerrar com chave de ouro, o filme ainda possui 2 cenas pós créditos que, em pelo menos uma delas, temos um momento tão grandioso quanto a aparição do Shadow nos pós créditos de Sonic 2, e que vai deixar os fãs malucos pela espera de um possível Sonic 4. Vão ter que ver o filme para descobrir.
Em suma, Sonic 3 consegue elevar em muitos níveis os acertos e defeitos dos filmes anteriores, criando uma das aventuras mais divertidas e eletrizantes das adaptações de jogos para cinema, porém com maiores deslizes nas partes dos humanos e na comédia.
NOTA FINAL
4,5/5
★ ★ ★ ★ ★
Autor: Bruno Navarro
Agradecemos a Paramount Brasil pelo convite!
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