CRÍTICA: CONCLAVE
O filme de Edward Berger (Nada de Novo no Front), que recebeu 8 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Ralph Fiennes, O Grande Hotel Budapeste) e Melhor Atriz Coadjuvante (Isabella Rossellini, Blue Velvet), é um grande thriller político ambientado em um dos Estados mais secretos do mundo: o Vaticano, mergulhando em uma intrincada rede de política, fé e segredos.

Baseado no livro de mesmo nome de Robert Harris (Editora Alfaguara no Brasil), a trama se inicia com a morte de um Papa reformista e as disputas políticas sobre o futuro da Igreja Católica Romana. A história explora um embate ideológico: a Igreja deve mudar ou se apegar às tradições? Neste cenário, vemos um show de interpretações de grandes atores. Ralph Fiennes lidera magistralmente o elenco, que conta com excelentes performances de Stanley Tucci (O Diabo Veste Prada), Isabella Rossellini, John Lithgow (The Crown) e Lucian Msamati (Game of Thrones).

É um legítimo filme de ator, onde a grandiosidade das atuações eleva uma trama que, para os anos atuais, pode soar um pouco clichê. Isso se deve ao fato de que as disputas dentro da Igreja Romana já foram exploradas em diversos filmes e séries. Ainda assim, a direção de Berger é precisa e ortodoxa, embora tão didática que acaba por indicar, de maneira sutil, as duas grandes viradas do roteiro no final. Contudo, isso não prejudica o interesse do público pela trama, que se desenvolve de forma inteligente e bem orgânica.

A ideia de clausura em que os cardeais permanecem até a escolha do novo Papa é muito bem explorada, proporcionando momentos quase claustrofóbicos que impactam profundamente quem assiste. Diria que o único “pecado” da trama é recorrer a alguns clichês novelescos, mas isso é perdoável, pois, como mencionado, não há uma brecha sequer nas interpretações desse elenco maravilhoso.
O espectador certamente ficará angustiado para saber o resultado do Conclave. E, se você pensa que o filme termina com essa resolução, está enganado. Há ainda mais surpresas, a ponto de se questionar se haverá uma cena pós-créditos. No entanto, fique tranquilo: não há.

Recomendo fortemente que assistam ao filme em uma tela grande, com um bom sistema de som. A edição de som é maravilhosa e faz muita diferença para a trama, dando força ao ótimo roteiro de Peter Straughan (O Espião que Sabia Demais), que este ano ganhou o Globo de Ouro. Vale destacar que Conclave também concorre a 12 prêmios BAFTA. Ou seja, há muitas razões para assistir a este ótimo filme nos cinemas.
NOTA FINAL
4,5/5
★ ★ ★ ★ ★
Autor: Daniel Castilhos (diretor e roteirista)
Agradecemos a Diamond Filmes pelo convite!
Confira outras críticas:
- CRÍTICA: BLINDADO
- CRÍTICA: ACOMPANHANTE PERFEITA
- CRÍTICA: COVIL DE LADRÕES 2
- CRÍTICA: VIVA A VIDA
- CRÍTICA: O HOMEM DO SACO
- CRÍTICA: CONCLAVE
Compartihar:
Publicar comentário