Duna: Parte Dois ignorado nas premiações de 2025?
Lançado em fevereiro de 2024, Duna: Parte Dois rapidamente se destacou como um dos grandes blockbusters do ano. Sob a direção de Denis Villeneuve, a sequência continua a saga épica de Paul Atreides, expandindo a narrativa rica do universo criado por Frank Herbert.
No último domingo (5), aconteceu o Globo de Ouro 2025, uma das premiações mais prestigiadas da indústria cinematográfica e considerada um termômetro para o Oscar. Duna: Parte Dois recebeu duas indicações: Melhor Filme de Drama e Melhor Trilha Sonora Original. Porém, a ausência de Denis Villeneuve na categoria de Melhor Direção chamou atenção..
Na quarta-feira (8), foi divulgada a lista de indicados ao DGA Awards 2025 (Directors Guild of America), que reconhece os melhores diretores do ano. Denis Villeneuve também ficou de fora. Confira os indicados:
Melhor Direção em Longa-Metragem:
- Jacques Audiard – Emília Pérez
- Sean Baker – Anora
- Edward Berger – Conclave
- Brady Corbet – O Brutalista
- James Mangold – Um Completo Desconhecido
Embora os nomes indicados sejam merecedores, a ausência de Villeneuve por Duna: Parte Dois causou estranheza, especialmente considerando o impacto visual e narrativo do filme.
No SAG Awards 2025, o cenário foi semelhante. Produções como Anora, Emília Pérez, Um Completo Desconhecido e Wicked dominaram as categorias principais, com Wicked liderando com cinco indicações. Por outro lado, Duna: Parte Dois apareceu apenas na categoria de Melhor Elenco de Dublês, ao lado de O Dublê, Gladiador 2, Wicked e Deadpool & Wolverine.
Embora Duna: Parte Dois tenha sido amplamente celebrado por críticos e público, sua ausência em várias das principais premiações levanta questões sobre o processo seletivo e o impacto da concorrência neste ano. A ausência de Denis Villeneuve em várias categorias, especialmente Melhor Direção, surpreende muitos, considerando o alto padrão técnico e narrativo do filme. Ao contrário do que se viu em 2021, quando Duna conquistou uma série de prêmios, a sequência parece ter sido negligenciada, o que deixa no ar a pergunta: há algo mais por trás disso, além de uma concorrência mais forte?
Essa situação contrasta fortemente com o desempenho de Duna (2021), o primeiro filme da franquia, que obteve reconhecimento massivo durante a temporada de premiações. Ele venceu seis Oscars, incluindo Melhor Trilha Sonora Original e categorias técnicas como Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhores Efeitos Visuais, além de ter sido indicado a Melhor Filme.
Adicionalmente, Duna (2021) foi amplamente celebrado por associações renomadas, como a National Board of Review (NBR) e o American Film Institute (AFI), que o incluíram entre os melhores filmes do ano. Essa aclamação construiu altas expectativas para a continuação, que, apesar de também ser muito elogiada, enfrenta dificuldades em repetir o sucesso nas premiações.
Para colocar essa situação em perspectiva, vale a pena lembrar que filmes de grande orçamento e com forte apelo popular, como Duna: Parte Dois, nem sempre são bem recebidos nas principais premiações, mesmo quando a crítica é favorável. Um bom exemplo disso é Mad Max: Estrada da Fúria (2015), que, apesar de ser uma obra-prima visualmente arrebatadora e uma das maiores surpresas da temporada de premiações, também foi deixado de fora de categorias como Melhor Direção no Oscar.
O que essa ausência de reconhecimento tem em comum com a de Duna: Parte Dois é que ambas as produções desafiaram a noção de que grandes filmes de ação ou ficção científica devem ser limitados a prêmios técnicos, mas, ao mesmo tempo, o contexto de cada temporada de premiações é influenciado por fatores como o ano cinematográfico e as estratégias de campanha dos estúdios.
Os números de Duna: Parte Dois reforçam sua qualidade. No Rotten Tomatoes, o filme tem 92% de aprovação dos críticos e 93% do público. No Metacritic, alcançou uma pontuação de 79 dos críticos e 8.4 do público, enquanto no CinemaScore recebeu um “A”, a nota máxima atribuída por audiências americanas. No Letterboxd, foi eleito o filme mais bem avaliado do ano anterior pelos usuários.
Mesmo com a controversa ausência de Duna: Parte Dois nas premiações, o filme continua a ser um marco na cinematografia de ficção científica. As críticas e o sucesso de público são inegáveis, mas você, leitor, o que acha dessa discrepância? Será que o filme de Villeneuve merecia mais reconhecimento em 2024? Ou você acredita que as escolhas da temporada de premiações são justas? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo.
Além das ausências nas premiações, é interessante refletir sobre o papel das premiações em si. Será que, muitas vezes, elas acabam premiando não necessariamente a melhor obra, mas sim aquela que melhor se alinha com as tendências de mercado e os interesses do público? Filmes como Wicked receberam múltiplas indicações e elogios, mas seu sucesso está profundamente atrelado ao apelo do material original e ao público cativo do teatro musical, enquanto Duna: Parte Dois pode não ter o mesmo apelo imediato, embora tenha sido uma obra cinematográfica mais ousada e tecnicamente impressionante. Isso levanta uma reflexão sobre como os filmes são avaliados e quais critérios devem ser levados em conta pelas academias.
Um dos portais mais respeitados nesse assunto, como a Total Film, deu a nota máxima e 5/5 para o longa, considerando o longa como “Uma sequência que está ao lado de The Dark Knight e The Empire Strikes Back”. Outro exemplo é The New York Times, que em sua crítica disse “A arte do espetáculo cinematográfico está viva e balançando em Dune: Part Two, e é uma explosão.”, e também consolidou a nota como máxima. Para fechar, Rolling Stone dá a nota 90/100, e disse em seu título “É Maior, Mais Negrito — e Sim, Melhor Ainda — Do que a Parte Um”, e “Até então, no entanto, Villeneuve e seu elenco deixam você no auge de uma sequência de ficção científica que parece maior, mais ousada e de alguma forma melhor do que o que veio antes.”
Screen Daily, Variety e muitas revistas e portais consolidados classificam o filme com notas altas, mas, levando em conta a situação nas premiações, seria isso algum problema? Há algo além?
Já sabemos que a trilha sonora de Hans Zimmer foi desclassificada no Oscar após não cumprir o requisito da academia. A controvérsia surgiu porque a trilha de Zimmer inclui elementos de seu trabalho premiado com o Oscar em Duna (2021), o que pode ultrapassar o limite de música pré-existente permitido pelas diretrizes da Academia. Apesar disso, a Warner Bros. não desistiu e submeteu a composição de Zimmer para consideração da Academia, esperando que sua contribuição significativa para o filme atenda aos requisitos e receba uma merecida indicação.
Um longa que recebeu muitos prêmios no Globo de Ouro 2025 foi Emília Perez, que recebeu uma nota inferior à sequência de Villeneuve e foi mal elogiado pelo público também. Rolling Stone classificou a nota mista para o filme, com 60/100, e disse: “O resultado é emocionante e exasperante, balançando tão descontroladamente por todo o mapa que você pode querer usar preventivamente uma braçadeira antes de ver.” A Empire também deu a mesma nota, e disse: “O thriller musical estranho de Jacques Audiardroit é um pouco confuso e um pouco mal julgado no tratamento de seus personagens.”
Vale lembrar também que o longa está sendo bem repercutido por polêmicas após a premiação, com muitos dizendo que o filme não possui uma boa referência para o país em que fora classificado, e até pela qualidade que teve. Podemos pegar um número no Letterboxd, que muitos utilizam como meio de opinião casual de seus filmes. O filme está com a nota 2.7 em seu total, com 76% de críticos no Rotten Tomatoes e 48% do público.
Querendo ou não, muitas premiações, como os indicados ao Oscar e Satellite Awards, podem quebrar essa “maldição”, mas parece ser um desafio e tanto.
O que realmente devemos fixar na cabeça é que, tendo premiação ou não, o filme tem sua relevância e sua marca no meio cinematográfico. Isso podemos presenciar na internet e nos números, mesmo sendo realmente algo estranho. O que basta é esperar para ver onde isso pode chegar.
Você acredita que Duna: Parte Dois merecia mais reconhecimento? Qual sua opinião sobre os indicados deste ano?
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