CRÍTICA | SHÕGUN
A minissérie Shōgun me causou sentimentos mistos. Enquanto o valor de produção é muito bem aproveitado na recriação do Japão de 1600, colaborando para a imersão do espectador naquele universo e acentuando a grande escala da obra com um visual épico, a narrativa flerta com esse aspecto sem, no entanto, levá-lo adiante.
É comum se pegar em momentos em que a expectativa de conflito cresce, apenas para os realizadores puxarem o freio de mão, resultando em uma sensação de falta de criatividade na elevação da tensão e na representação dos conflitos físicos.
A série busca escapar desses embates físicos ao apostar nas conspirações do jogo de tabuleiro que monta, algo que poderia funcionar bem, como na primeira temporada de Game of Thrones.
No entanto, essa abordagem é prejudicada pela visão ocidentalista que a série tem do Japão da época, retratando-o de forma simplista e estereotipada, o que afeta a dramaticidade da narrativa e a conexão entre os personagens.
Apesar disso, o arco da personagem Mariko, interpretada por Anna Sawai, destaca-se como o ponto alto da série, trazendo dilemas e temáticas interessantes com sutileza em sua atuação.
No entanto, fica a frustração por perceber que a série parece mais preocupada em criar um Japão palatável para o ocidente do que em explorar a fundo e com veracidade a sociedade da época.
NOTA FINAL
2,5
★ ★
Autor: Janui Oliveira
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