CRÍTICA: CONFINADO
O novo filme de David Yarovesky, que dirigiu a versão maligna de um jovem “Superman” em Brightburn: Filho das Trevas, é uma boa surpresa para os fãs de suspense. Com um elenco de peso, encabeçado por Anthony Hopkins (O Silêncio dos Inocentes) e Bill Skarsgård (It: A Coisa), ele conta a história de um malandro (Skarsgård) que, ao tentar roubar um carro de luxo, acaba preso dentro do veículo por um médico em estado terminal (Hopkins), que resolve fazer justiça com as próprias mãos — ou melhor, com seu sistema de segurança high-tech.

O filme acerta bastante ao mostrar a atual decadência dos EUA: pobreza, gente drogada vagando pelas ruas, um clima de descontrole que combina bem com a raiva do personagem de Hopkins contra um sistema judicial que, segundo ele, falhou. Mas nem tudo funciona. A trama vai ficando repetitiva e um pouco forçada, especialmente ao esticar a estadia do protagonista dentro do carro por dias, mesmo estando baleado, desidratado e faminto. A direção tenta criar um clima claustrofóbico, mas não chega lá — o suspense existe, mas não sufoca como deveria.
Alguns atalhos do roteiro acabam lembrando produções de baixo orçamento com ideias boas mal aproveitadas. Um bom exemplo é Enquanto Ela Está Fora (2008), com Kim Basinger (Los Angeles – Cidade Proibida): também começa bem, com uma premissa interessante, mas logo escorrega em soluções preguiçosas e cenas que parecem recicladas de outros filmes.

Vale dizer que Confinado é uma refilmagem do argentino 4×4 (2019), que também inspirou a versão brasileira A Jaula (2022). O mais curioso? A ideia veio de um caso real: em 2016, na Argentina, um cara instalou um sistema de segurança no carro que trancava qualquer invasor lá dentro. Deu certo — o ladrão ficou preso por um bom tempo até a polícia chegar. A diferença é que, no caso real, ninguém saiu sangrando.
Apesar das escorregadas, o filme tem seus momentos. O elenco segura bem, e alguns diálogos funcionam, principalmente para quem curte uma tensão psicológica com pitadas de crítica social. No fim das contas, Confinado tem mais cara de lançamento para streaming do que de sessão de cinema — o tipo de filme que você assiste em casa, comenta com alguém e parte pro próximo.
NOTA FINAL
3/5
★ ★ ★
Autor: Daniel Castilhos
Agradecemos a Diamond Films pelo convite!
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