CRÍTICA | A GRANDE FUGA

Michael Caine em uma epopeia emocionante e muito bem dirigida por Oliver Parker (O Retrato de Dorian Gray e Othelo). A Grande Fuga é um filme cheio de grandes sacadas. Ter o Michael Caine no elenco foi a maior de todas.

O ator nos da uma ala de sensibilidade e competência em filme que é uma ode à vida e ao amor. Com uma direção minimalista e cheia de detalhes, somada à uma cinematografia esplêndida que lembra em muitos momentos os planos abertos do saudoso mestre grego Theo Angelopoulos, que retratava como ninguém esses temas.

E Parker soube muito bem utilizar os planos fechados e angustiantes contrastados com grandes planos abertos dos personagens perdidos frente ao cenários, muitas vezes um oceano infinito e vasto.

O que me remeteu ao grande mistério e incertezas da vida e as nossas possibilidades de escolhas e destinos. O filme também nos mostra que nunca é tarde para curarmos nossas feridas e que precisamos uns dos outros nessa nossa jornada.

Com um leve humor britânico, um drama sem sobressaltos novelescos e muita sensibilidade, o filme acompanha Bernard Jordan (Michael Caine), ex combatente da marinha inglesa na II Guerra Mundial, que vai sozinho, aos 90 anos, da Inglaterra à França para participar das 70º aniversário do desembarque do Dia D, enquanto o amor da sua vida, a sua esposa Irene (Glenda Jackson, maravilhosa em todas as cenas), o acompanha na clínica de repouso em que os dois moram.

Interessante como o diretor usa o recuso dos planos fechados e detalhes para mostrar as dificuldades motoras e as dores da velhice e a forma como os protagonistas encontram pra driblar isso e continuar a vida.

É um filme que apela para o emocional? Sim, e muito, tanto que me emocionei várias vezes no filme e, graças ao trabalho incrível do Michael Caine a gente consegue rir, chorar e torcer para que ele saia ileso dessa jornada.

Nota de destaque para o elenco de apoio, de primeira qualidade, vivido pelos atores John Standing, Danielle Vitalis e Victor Oshin. Enfim, A Grande Fuga é um filme belo, emocionante, calcado em um elenco afinado e uma direção ricamente desenhada baseada na história real de um velho ex-combatente da II Grande Guerra.

NOTA FINAL

5

★ ★ ★ ★ ★

Autor: Daniel Castilhos