CRÍTICA: CÓDIGO PRETO
CÓDIGO PRETO, do diretor Steven Soderbergh, (Onze Homens e um Segredo, 2001 e o vindouro Presença, que também estréia esse mês) vem para a tela grande como um thriller de espionagem que acaba sendo pouco usual no que se vê nos cinemas nos últimos 60 anos e se aproxima demais dos livros que deram origem a esse gênero cinematográfico no meio do século passado.

Acompanhando as investigações de George Woodhouse (Michael Fassbender, X-Men: Primeira Classe, 2011) um experiente Agente Secreto, que tem que descobrir um traidor, que pode ser muito bem a sua esposa, a Agente Kathryn Woodhouse (Cate Blanchett, O Curioso Caso de Benjamin Buttom, 2008), ou um dos seus colegas de agência mais próximos, temos o ponto de partida para uma história de espionagem diferente do que se vê no cinema. Saem as grandes perseguições e explosões ao redor do globo e ficam realmente as investigações e espionagens.

Com uma lista curta de suspeitos, que resulta em um elenco enxuto em que todos tem um bom tempo de tela e um bom tempo juntos. Com isso o principal do filme transborda, que são os diálogos. E por mais que o diretor e o Roteirista, David Koepp (A Janela Secreta, 2004 e também o inédito, Presença) sejam americanos, emulam muito bem o estilo britânico de diálogos rápidos, sarcásticos e as vezes até invasivos ou expositivos demais, que fazem o público reagir.
Fassbender é magnético com seu personagem, altamente controlado, inteligente e perspicaz, o que combina muito com a inflexão de voz que o ator sabe usar muito bem e com isso dar carga ao seu personagem. Blanchet, é uma presença forte, não só como suspeita, mas como “femme fatale“, com sua beleza de traços felinos e ar perigoso.

Aliás, todo o elenco principal tem características distintas, tais como, Freddy Smalls (Tom Burke, Furiosa: Uma Saga Mad Max, 2024) que é o Cinismo encarnado. Clarissa Dubose (Marisa Abela, Back To Black, 2024), jovem e extremamente passional. James Stokes (Regé-Jean Page, Bridgerton), que alterna entre diligente e descuidado. E Zoe Vaughan (Naomie Harris, Vemom: Tempo de Carnificina, 2021), com sua impecável frieza profissional.

Todos esses personagens e características se entrelaçam em uma trama que lembram muito um livro de Agatha Christie, na maior parte do tempo e em alguns momentos os clássicos livros de 007 de Iam Fleming. Falando no criador de James Bond. Ver novamente Pierce Brosnan interpretando Arthur Stieglitz um veterano do Serviço Secreto, após 23 anos em que interpretou, Bond pela última vez é até interessante. Alguns poderão estranhar que não termine de uma maneira nada apoteótica, mas considero condizente com a proposta do filme.
NOTA FINAL
4/5
★ ★ ★ ★
Autor: Leonardo Valério
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