Em EXTERMÍNIO A EVOLUÇÃO, o diretor Danny Boyle (127 Horas) retorna para a franquia que iniou em 2002 onde dirigiu um dos filmes mais bem avaliados pelos fãs do gênero. Nesse terceiro longa podemos ver que a modernização do gênero de Morto-Vivo / Infectados dos últimos 30 anos, também se faz bem presente. As criaturas são de diferentes e todas são categorizadas e tipificadas como a maioria das produções.

E o começo impactante da eclosão da pandemia de monstros mostrada do ponto de vista de crianças, um ponto de vista fechado, mais sensorial, começa prometendo entregar um clima de terror sufocante, mas é a mais pura ilusão. A produção tem um quê de jornada, um objetivo que determina a saída do “ponto a” para o “ponto b” como boa parte desse tipo de filme pós apocalíptico, mas não há uma escalada do terror, são mais cenas curtas de sobrevivência, com longas cenas de travessias por belas paisagens e ruínas de um outrora mundo civilizado.
Toda a história tem um ar de episódio de série, nada se torna muito profundo para justificar um longa, mesmo que hajam acontecimentos que poderiam apontar para isso. Com um elenco relativamente pequeno e que não se faz muito obrigatório temos Aaron Taylor-Johnson (Nosferatu, 2024) como Jaime, um chefe de família ensinando o filho, Spike como sobreviver ao mundo perigoso e exigente.
Porém, não há momentos que o ator seja exigido, o que vale para todos, então se for só para dar as falas, poderia ser qualquer um. Jodie Comer (Free Guy, 2021), interpreta a mãe doente do pequeno Spike, sendo um pouco mais exigida, mas nada que se sobressaia e sua maior contribuição é ser o motivo da evolução de Spike (Alfie Williams, His Dark Materials, série) que carrega o cerne da trama e mesmo que crianças tenham mais facilidade para gerar empatia do público, sua performance pode realmente despertar a compaixão pelas suas ações, mesmo que pelo filme acabem parecendo rasas, devido ao fato de que pra uma cena ser inverossímil, ela tem que ser impactante, e o filme perde muito nisso.
Por último temos o excelente Ralph Fiennes (Conclave, 2024) que interpreta o Dr. Ian, excêntrico e recluso. E mesmo que a descrição do personagem seja interessante, mais uma vez, a falta profundidade do roteiro deixa para a imaginação, sorte que o experiente ator tira o máximo dos cacos que lhe foram entregues.
As caracterizações dos infectados está legal, poderia ter menos genitálias de Alfa na tela, mas vou entender que seja pela “naturalidade das cenas”. Não há muitos sustos, pois já dá para esperar o que está por vir, pela cena anterior, mas o gore está bom. Mais uma vez tentaram emular a experiência do primeiro filme sem sucesso.
NOTA FINAL
3/5
★ ★ ★
Autor: Leonardo Valério
Compartihar: