“Como ressocializar uma pessoa que nunca se quer foi socializada?” Essa é uma das frases ditas no documentário “O GRITO – Regime Disciplinar Diferenciado”. O longa dirigido por Rodrigo Gianetto nos faz refletir sobre a precariedade do sistema carcerário brasileiro e tudo que esse sistema impacta, como a vida dos familiares e amigos das pessoas encarceradas, o cotidiano da polícia penitenciária e também a rotina dos detentos após a saída do cárcere.
Seguindo a referência de seu título, o documentário vem como um grito de protesto. “O grito é o que sucede a angústia” diz Gianetto sobre o projeto, para ele, seu maior desafio como diretor foi produzir um filme o qual a sociedade não quer assistir. A população carcerária vem crescendo de forma alarmante no Brasil, ocupamos atualmente a terceira posição no ranking de países com maior número de pessoas encarceradas do mundo e ainda assim não conseguimos controlar o avanço da criminalidade no país.
Com o documentário conseguimos perceber que o sistema carcerário segue um método de vingança e tortura, ao invés de tentar ressocializar e reinserir o indivíduo para a sociedade de uma forma regenerada. O enredo também traz a tona os problemas socioeconômicos do país, os quais acabam sendo um dos principais fatores da entrada do indivíduo na vida do crime.
De forma sensível, Gianetto conseguiu dar visibilidade a um tema pouco debatido de forma consciente, mas ao mesmo tempo muito polemizado. O longa tem sua estreia marcada para o dia 29 de setembro de 2024, na plataforma Netflix e conta com a participação de Anielle Franco (Ministra da Igualdade Racial), Luís Roberto Barroso (presidente do STF), Padre Júlio Lancelotti, rapper ORUAM (filho de Marcinho VP), entre outros nomes que ajudam a dar luz à esse debate tão importante no nosso país.
NOTA FINAL
4/5
★ ★ ★ ★
Autor: Amanda Celi
Agradecemos a Netflix pelo convite!