CRÍTICA: O QUARTO AO LADO

O QUARTO AO LADO, primeiro filme de língua inglesa na extensa carreira do cineasta Pedro Almodóvar, nos debruçamos sobre a história de Ingrid (Julianne Moore, franquia Jogos Vorazes) uma escritora que tem um medo agudo da morte, receber uma súplica que pode ser tanto interpretada como tétrica, quanto humanitária. Servir de companhia nos últimos dias de sua amiga Martha (Tilda Swinton, Doutor Estranho), paciente de câncer terminal que planeja cometer suicídio.

Muito além das questões éticas e legais envolvidas em tal pedido, o filme usa essa mórbida situação, para através dos diálogos e da convivência entre as duas, vislumbrarmos suas vidas, principalmente a de Martha, uma experiente repórter de cenários de guerra. Com excelentes atuações da dupla, principal com flashbacks, para entendermos o motivo da repórter de não definhar até a morte e escolher o momento de partir. Com um elenco bem diminuto, o longa tem todo um ar de peça teatral, com diálogos longos em muitas locações fechadas.

Há verdadeiros monólogos da parte de Martha, que se sobressaem, tanto nas horas que ela expõe suas memórias, quanto nas horas que ela expressa suas opiniões sobre a vida, morte e a convivência com o próximo. Além de ser responsável por observações perspicazes e momentos de humor negro que dão um certo alívio cômico, para que a audiência “respire”. Da parte de Ingrid, vem a tarefa de conduzir o espectador, sabiamente sem uma opinião pré estabelecida, para que cada um que estiver assistindo, possa ter a sua sem se desconectar da co-protagonista.

Acompanhamos ela nos momentos de apoio a amiga e nos momentos de suspense a cada manhã para ver se Martha ainda se encontra entre nós. Aiinda temos Damian (John Turturro, The Batman) que conhece ambas, mas aqui é confidente e suporte emocional de Ingrid.

Personagem bem necessário para abrigar todas as questões não emocionais da história que precisam ser citadas, mas em uma hábil escolha de Almodóvar, foram minimizadas para não tirar o foco do principal que é o emocional. Tocante e reflexivo, sem ser emocionalmente cansativo.

NOTA FINAL

4,5/5

★ ★ ★ ★ ★

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Autor: Leonardo Valério

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Agradecemos a Warner Bros pelo convite!