Maixabel, ou Redenção, lida com o terrorismo e alguma devida forma de reparação. É dirigido por Icíar Bollain, que estrutura uma película bem equilibrada entre intensidade de momentos chave e passividade de elementos que reconstituem essa tese de perdão que assola o drama baseado em uma história real de Maixabel Lasa, um mulher cujo marido foi morto por um grupo separatista, em razões políticas.
Gosto da estética do filme e em soluções de enquadramentos que alavancam os dilemas expressivos dos personagens, mas a história se permite trilhar com auxílio á narrativas em off de forma exagerada. As elipses constantes quebram uma cadeia sedimentar de contextualização das coisas, dando a impressão de um recorte muito mais capitular, do que de fato narrativo.
Questões como as motivações do assassino para o seu arrependimento, a esquematização política de perseguição do ETA e o próprio significado dessa identidade política radical são frisados sem qualquer aprofundamento, apenas destilados durante o texto.
Ainda assim, a razão biográfica, mesmo que danificada pela capitulação do roteiro, sobrevive em um aspecto de embelezamento dramático de seus principais pontos. As atuações são incrivelmente boas, e o Bollain consegue delimitar satisfatoriamente bem a medida do sacrifício introspectivo que é o perdão e as dificuldades quase que torturantes que é enfrenta-lo. A cena final, linda por assumir esse símbolo crônico do texto, representa muito bem isso.
Maixabel tem um texto bem problemático, que se compensa por uma estética interessante e um processo bem intenso de sua dramatização.
NOTA FINAL
2,5/5
★ ★ ★
Autor: Flávio Júnior
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