Crítica | The Last of Us T2E1: Craig Mazin replica e promete
A espera finalmente terminou. A segunda temporada de The Last Of Us já está no ar, brilhando no catálogo da Max. É uma super produção liderada pelo Craig Mazin, que dá continuidade á jornada de Ellie e Joel pelo mundo apocalíptico que foi unânime sucesso no jogos e que foi muito aclamada quando veio para as telas, em uma primeira temporada marcante.
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Pedro Pascal e Bella Ramsey estão de volta, estrelando uma passagem madura que envolve a perspectiva de seus respectivos personagens, aliados agora a um novo elenco, que nitidamente adapta o segundo jogo da série, lançado em 2020. Kaitlyn Dever como Abby e Isabela Merced como Dina são potenciais destaques nesse novo evento narrativo.
Para os fãs do jogo, é natural imaginar os caminhos prováveis que a série deve seguir, se baseando na complexa jornada de vingança e arrependimento que cercam a narrativa original. Mas ao mesmo tempo, é interessante notar que a produção da série conceitua novos detalhes que procuram ainda sim, preservar uma certa imprevisibilidade ao projeto.

O primeiro episódio dessa segunda temporada atiça um clima de tensão entre os personagens principais, iniciando naquele tenso diálogo que fechou a primeira temporada – ” Você jura que tudo o que você disse sobre os vaga-lumes é verdade? ” ” Eu Juro ” – e avançando cinco anos para estabelecer Joel e Ellie em um condado de sobreviventes em Wyoming.
Todo esse conflito é, de primeira instância, compreendido pelos viciados pela experiência no jogo, e uma colocação intrigante da série para os novatos desse universo ao tentar implantar perguntas sobre como o relacionamento de Ellie e Joel encontraram problemas, mesmo após o ” heroísmo” paterno que Ellie sentiu na atitude de Joel que marcou a primeira temporada.
Mas é um episódio onde se percebe frontalmente essa tentativa de variar situações do jogo para encontrar um timing afetivo próprio. Tudo bem que a essência introdutória de The Last Of Us Parte 2 é basicamente replicada pelo Craig Mazin, mas existem caminhos nos quais ele omite em ênfase á outros, que produzem ângulos diferentes do que já foi contado. O que eu não vejo como demérito.
Ainda é cedo para afirmar quais serão as verdadeiras aplicações dessas micro alterações que a série fez nesse primeiro episódio, como fragilizar tanto o Joel ao ponto dele buscar ajuda terapêutica, por exemplo. Só o desenrolar da aventura pode revelar as formas como isso vai se inteirar. Lembrando que o próprio jogo executa uma proposta de narrativa não-linear, o que a série indica estar fazendo para os buracos do primeiro episódio serem justificados em flashbacks mais pra frente, como é com o jogo.

Mas é uma promessa de um bom primeiro episódio, que replica a base de atrito paternal entre o Joel e a Ellie, na qual veio do jogo, enquanto se desenvolve através de uma ação, que, mesmo não empolgando tanto, consegue fazer jus ao nível de impacto e de suspense característico da série. Coexistindo também com uma embrionária relação entre a Ellie e a Dina, em um humor que mascara algum horror universal, que virá nos próximos episódios.
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