Luzes escuras, quase um breu. O som de passos ecoa pelo chão de madeira. A câmera focaliza os pés de David Byrne, calçando tênis brancos. Ele entra em cena, carregando um boombox. Coloca-o no chão, ajusta o microfone preso ao paletó cinza, e, sem introdução, aperta o play. Ele está sozinho no palco, o foco de luz brilha nele enquanto começa a cantar a classifica “Psycho Killer“.
“Psycho killer, qu’est-ce que c’est?
Fa-fa-fa-fa-fa-fa-fa-fa-fa-far better
Run, run, run, run, run, run, run away”
Em câmera acompanha o movimento, revelando a simplicidade minimalista do palco: apenas Byrne, uma guitarra e o boombox. É o começo de uma jornada que transcende o formato tradicional de show, onde a música é elevada à arte performática. E nos das poltronas embalados pela experiência em ver esse mega concerto em IMAX.
Logo nó começo os rápidos movimentos de câmara, a banda começa a se juntar a Byrne uma música por vez. O palco, que antes era vazio, enche-se de vida e energia. Instrumentos se alinham ao ritmo crescente das canções. Cada músico que entra é apresentado de maneira teatral, com CLOSE-UPS que capturam a intensidade do momento de cada cena.
‘Stop Making Sense‘ de 2024 não é apenas uma celebração do legado dos Talking Heads, mas uma reinvenção do conceito de show documental. Sob a direção visionária, a simplicidade inicial do palco se transforma em uma explosão visual e sonora que transcende o tempo, ressoando com uma energia palpável e quase mística. David Byrne, no comando, é uma força da natureza, cada movimento e expressão carregando a essência da música.
O filme captura a magia efêmera de uma performance ao vivo, transformando-a em uma experiência cinematográfica vibrante e inesquecível. É um espetáculo que se deve sentir tanto quanto assistir, reafirmando a relevância atemporal do grupo e a genialidade da arte performática.
NOTA FINAL
4/5
★ ★ ★ ★
Autor: Roberto Carso
Agradecemos a O2 Play pelo convite.