Diferente de qualquer premissa do clássico dos contos de fadas, a Cinderela da diretora Louisa Warren veio para matar. Seja de tédio, assombro pela qualidade da produção ou risos das canastrices que a obra nos proporciona.
O filme é uma coletânea de erros em que todo aluno de Produção Audiovisual deveria assistir para saber o que nunca fazer quando tiver um orçamento baixo para um filme. Chega a ser tão estapafúrdico que tem chances de ser um cult dentro os piores filmes desse ano. Claro que não supera o filme “Alice no País das Trevas”, lançado esse ano pela mesma distribuidora.
A direção do arte é o que tem de pior, com tomadas de luz e abajures com lâmpadas aparecendo no meio à velas, pois o filme se passa entre a idade Média. Isso sem falar no baile. O que era pra ser o grande evento do filme tem meia dúzia de figurantes, deixando o salão enorme que conseguiram como locação parecer desproporcional a um evento daquela magnitude.
É tudo tão “fake” que você parece não saber se foi proposital ou falta de capacidade mesmo. O roteiro é completamente fora de compasso. Tem furos que parece mais crateras.
Nada faz muito sentido e as piadas que funcionam são as que provém de erros de produção, como quando o príncipe Levin (Sam Barrett) deveria “voar” pelo quarto por uma batida na porta, mas o que vemos é o ator se jogar descaradamente.
A pobre da atriz que faz a Cinderela, a simpática Kelly Rian Sanson, até se esforça mas a falta de uma direção no filme não permite que ela diga a que veio.
Mas a pergunta que não vai calar, de todas as pessoas que verem o filme é: “o que aconteceu com o Moritz?” Sim, talvez um dos maiores furos do roteiro seja o destino do doce filho da empregada Anja, assassinada gratuitamente no início do filme.
Vemos ele em um momento e depois ele some, e seu destino fica tão incerto quanto o gosto de quem produziu essa obra.
NOTA FINAL
1/5
★
Autor: Daniel Castilhos