Vinte e quatro anos depois, Ridley Scott nos apresenta a continuação do aclamado e oscarizado Gladiador (2000). O foco agora está na história de Lucius (Paul Mescal, indicado ao Oscar por Aftersun), em seu arco de redenção de príncipe fugitivo a gladiador romano. O filme repete histórias, arcos e até cenas do original, numa tentativa do diretor de mostrar como a vida é cíclica e como a busca por honra e justiça é uma luta constante.
Apesar de um roteiro preguiçoso, que não surpreende em nenhum momento e recicla muito do original, o longa ganha força pelas cenas de ação ricamente dirigidas e pelas atuações que dão profundidade onde o texto não consegue alcançar. Denzel Washington (Dia de Treinamento) está magnífico, e Paul Mescal faz tão bem seu trabalho que, em muitas cenas, vemos o “fantasma” de Russell Crowe nele.
Connie Nielsen (Mulher-Maravilha) tem mais tempo de tela do que no primeiro filme, mas o roteiro não a ajuda a sair muito do lugar, mesmo com todo o empenho da atriz. Já Pedro Pascal (O Mandaloriano) está com o mesmo charme de sempre, nada extraordinário, mas nada menos do que se espera.
Quem for assistir ao filme esperando rigor histórico pode esquecer. Ridley Scott não está preocupado com realismo; sua Roma agora é uma amálgama do mundo antigo, com total liberdade criativa. E isso não é um demérito. Ele não está interessado em contar fatos históricos, como em Napoleão (2023), mas em se divertir com um filme de ação ambientado em uma Roma clássica idealizada, criada para o próprio desfrute do diretor.
Gladiador II diverte do início ao fim. Mesmo sendo previsível, supera grande parte dos lançamentos do gênero nos últimos anos.
NOTA FINAL
4/5
★ ★ ★ ★
Autor: Daniel Castilhos (Diretor e roteirista)
Agradecemos a Paramount Pictures pelo convite!