Se há um gênero que gera interesse na maioria dos tipos de espectadores, esse é o biográfico, some a isso uma história de máfia e quase se tem um clássico instantâneo. É praticamente o caso de The Alto Knights Máfia e Poder, do veterano Barry Levinson (Donnie Brasco, 1997), que além de ter uma extensa filmografia, sabe muito bem como dar vida a esse tipo de filme e como visualizar o roteiro do especialista em filmes de Máfia, Nicholas Pilleggi (O Irlandês, 2019 e praticamente todos os filmes de Máfia que você conhece).

Baseado em fatos reais, acompanhamos as altercações dos outrora amigos de infância, Frank Costello (Robert De Niro, O Irlandês, 2019) e Vito Genovese (Também De Niro!) pela herança de posto de chefe da Máfia deixada pelo notório “Lucky” Luciano, disputa essa que culminaria na queda do maior império criminoso americano. Vamos começar pelo mais interessante, que é De Niro interpretando os dois personagens principais. De um lado temos Costello, mais ponderado e sábio, talvez até pacífico demais com Robert em seu visual normal e as vezes, o espectador pode se perguntar como ele é o chefão, sendo tão pacato. Não se engane. Ele é mais astucioso que violento e não menos perigoso.
Já por outro lado com Vitor, o astro com uma boa maquiagem emprega uma atuação mais agressiva, belicosa e desconfiada com um sotaque mais carregado e aquelas frases com palavras repetidas, tão icônicas de personagens ítalo americanos nesse tipo de filme.
É claro que um dos pontos mais interessantes é quando eles interagem entre si, mas também é ótimo observar como lidam com os seus em seus mundos separados, o que evidencia ainda mais como são diferentes e contraponto um do outro. Um querendo paz e aposentadoria e o outro querendo ir cada vez mais fundo na vida de gângster. Apesar de a maior parte do filme se passar em ambientes internos, as cenas externas são uma ótima representação do fim dos anos 50, com os carros enormes e cabines telefônicas. Já o resto da ambientação fica pelos “clubs” e vestuário, principalmente os femininos.
Falando em mulheres, Bobbie Costello (Debra Messing, série Will & Gracie) e Anna Genovese (Kathrine Narducci, O Irlandês, 2019), são pares que refletem seus respectivos maridos, criando uma visível sincronia. Durante todo o longa, além de desfrutar de um bom filme, quem é interessado nessa parcela da história Americana, vai reconhecer vários eventos deste período violento.
Desde acontecimentos, como ícones da Cosa Nostra. E quem não conhece, pode ficar intrigado em saber, quem é quem e quem fez o quê naquela época. Enfim, mais um filme que entra para uma galeria bem extensa de boas produções do gênero, tanto que talvez já poderíamos chamar de Máfia-Verso.
NOTA FINAL
5/5
★ ★ ★ ★
Autor: Leonardo Valério
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