CRÍTICA | UM LUGAR SILENCIOSO: DIA UM
Enquanto a cidade de Nova York é invadida por criaturas alienígenas que caçam pelo som, uma mulher chamada Sammy luta para sobreviver.
‘Um Lugar Silencioso: Dia Um‘ se apresenta como um prequel da franquia, retratando os momentos iniciais após o impacto que trouxe os invasores alienígenas do filme original. A única conexão com os longas anteriores é a breve presença do personagem vivido por Djimon Hounsou.
Em termos de direção, o trabalho de Michael Sarnoski (Pig – A Vingança) se equipara a competência de John Krasinski nos filmes anteriores. O cenário metropolitano traz fortes ares de “Guerra dos Mundos“, ainda que a geografia da cidade seja explorada de forma bem tímida.
O sucesso do longa original se deu em parte pela simplicidade da sua premissa. Ao subtrair da cena elementos importantes como a fala em prol de um cuidadoso trabalho design de som, cria-se um suspense mais efetivo, que foge de técnicas mais clichês como o jump-scare.
A tensão pode nascer do ruído de um passo em falso ou de um tropeço. O problema é que esse conceito, por mais interessante que seja, não foi feito para sustentar sucessivas continuações.
A construção da tensão segue o mesmo padrão dos filmes anteriores. Durante a projeção temos diversas situações aonde alguém dá um passo em falso e faz um barulho. Alguém se machuca e luta para não gritar. Alguém fica preso/a em um espaço.
Existe uma certa sensação de redundância em contraponto com o que já foi mostrado anteriormente. Nada de novo é revelado sobre os invasores. As mesmas regras estabelecidas são repetidas. Talvez esse seja inclusive um longa mais adequado para aqueles que nunca tiveram contato com esse universo.
O grande destaque é novamente o design de som. Esse elemento se torna a espinha dorsal do filme do começo ao fim. Desde a cacofonia de sons produzida por Nova York nos minutos iniciais até o primeiro ataque. A forma como passos, portas e outros objetos são usados e maximizados para fomentar tensão ainda inspira fascínio. A sala de cinema é definitivamente o melhor lugar para testemunhar “Um Lugar Silencioso: Dia Um” na sua máxima potência.
Outro ponto bastante positivo é a performance de Lupita Nyong’o. A premiada atriz tem aqui mais uma bela oportunidade de demonstrar toda sua expressividade. A chegada de Joseph Quinn (Stranger Things) oferece uma dinâmica interessante. O filme encontra seus belos momentos quando busca através desses dois personagens falar sobre esses laços que nascem mesmo em momentos de completo desespero.
Apesar de eficiente, “Um Lugar Silencioso: Dia Um” não oferece nada de novo em contraste com os filmes anteriores. Acaba soando um tanto supérfluo em tempos de “The Last of Us”. Ainda assim, o bom ritmo e a bela performance de Nyong’o ajudam a diminuir a sensação de déjà-vu durante a projeção.
NOTA FINAL
3,5/5
★ ★ ★
Autor: Raphael Aguiar
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