CRÍTICA; O SEQUESTRO DO PAPA
O Sequestro do Papa é um filme italiano inspirado em um caso real no século 19, de um menino de uma família judia que é levado por membros da igreja católica por suspeita de ter sido batizado da forma cristã, por isso o título “sequestro”, pois além do rapto em si o filme mostra a igreja tentando converter o menino de sua religião, além de mostrar um foco que não é a religião católica que deve ser questionada, mas como a Igreja usou de seu poder para cometer tal ato.
A direção demostra uma boa divisão de planos e takes que intercala planos das religiões judia e católica de uma maneira respeitosa sem vilanizar uma ou outra, apenas mostra como cada um pratica ela. Ele possui uma fotografia que demonstra a Itália do século 19 e também como há diferença da cidade humilde de Bologna para a grande Igreja rica em detalhes de Roma.
A trilha sonora, em certos momentos de tensão parece de filme de terror, mas não exagerado e também mostra momentos de calma e até tons de diversão por ter cenas com crianças.
As interpretações estão excepcionais, tanto dos pais que demonstram a dor, frustração e decepção por ter perdido o filho que faz a gente sentir isso.
Do Papa que mesmo sendo uma figura importante, ele segue de uma maneira rígida e nos faz questionarmos do porquê ele ter essa posição, mas não faz o que parece ser certo e principalmente do ator do menino que demonstra não apenas o medo, mas em sua confusão interna quando vai descobrindo mais o catolicismo quando ele vai pra Roma, e de perder sua fé pela religião judaica e também da saudade de sua família.
Por fim é um filme que não explica tudo, mas é rico em vários subtextos, e mesmo assim ele te pega em um questionamento se o menino consegue voltar para casa, se ele vai se converter, e também de entender melhor como a igreja católica de Roma funcionava naquela época e não coloca a religião como vilã, mas o questionamento sobre o sistema de poder.
NOTA FINAL
5/5
★ ★ ★ ★ ★
Autor: Maria Luisa Chien Braga
Compartihar:
Publicar comentário